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CRISE toca a todos!

Acabaram-se os vestidos emprestado­s, as maquilhage­ns e os penteados. Já não há alojamento para quem vem de fora e todos têm de ir arranjados de casa. O prémio desceu 30 mil euros desde a primeira edição

- TEXTO ISABEL LARANJO, COM HUGO ALVES | FOTOS COFINA MEDIA

Quando a 1.ª edição da Casa dos Segredos foi para o ar, em Outubro de 2010, com apresentaç­ão de Júlia Pinheiro, não faltava dinheiro. O prémio final era de 50 mil euros, mais o restante acumulado dentro da Casa. E, durante as galas,nada faltava. Alojamento e pagamento de deslocaçõe­s a quem vinha de fora e até vestidos emprestado­s. Só que a crise chegou aos reality show.

Hoje, o prémio final é de 20 mil euros, a que acresce o acumulado dentro da Casa. Só que os expulsos não têm grandes apoios para irem às galas. Margarida, a primeira expulsa desta edição, garante: “Só pagam a deslocação. Nada mais. Por semana, enquanto estivemos na casa, recebemos 125 euros. Já ouvi dizer que antes era tudo melhor: 150, 200…”

“DÃO-NOS O JANTAR, JÁ NÃO É MAU”

Os cortes, de formal gradual, são evidentes. Na 4.ª e 5.ª edições, por exemplo, o prémio final já era de somente 30 mil euros, um corte de 20 mil em relação às primeiras três Casas. Margarida, a antiga presidente do Clube das Virgens, acrescenta: “Não temos maquilhado­ras, roupa, nada. Dizem para ir-

mos arranjadas e pintadas. Pelo menos dão-nos o jantar, já não é mau.” Sofia, a jovem deSac avém cujos egre doera “Tentei matar o meu pai”, queixa-se do mesmo. No seu caso, apesar de ter de se deslocar de Sacavém à Venda do Pinheiro, o que perfaz um total, de ida e volta, de 60 quilómetro­s, a que se juntam as portagens, nem sequer recebe pela deslocação. “Só dão dinheiro das deslocaçõe­s para quem vem de fora. Eu não tenho direito a nada.” E, tal como Margarida, admite: “Tenho que ir pronta, vestida, pintada. Não há ninguém para nos fazer nada.” Algoqueajo­vem lamenta: “Lembro-me de antigament­e elas estarem perfeitas e nós agora, se não investirmo­s em casa, não vamos aparecer bem.”

“ERAOUTROGL­AMOUR”

Os concorrent­es, de outras edições, que tinham“privilégio­s” como maquilhage­m e cabelos, até já notaram, só de verem na televisão, este desinvesti­mento. “Hoje em dia, nota-se perfeitame­nte como as coisas estão. No meu tempo, tínhamos a maquilhage­m e os cabelos assegurado­s. Sei também que deixaram de pagar certas despesas. Era outro glamour, hoje vê-se perfeitame­nte que é tudo improvisad­o pelos próprios ex-concorrent­es”, nota Juliana. Doriana, que participou na primeira edição, tem a mesma ideia. “Notei que cortaram na maquilhage­m! Na minha altura, até os familiares que fossem falar também eram maquilhado­s.” E até roupa havia, casofossep­reciso. “Cheguei a ir a uma gala onde entenderam que não ficava bem e emprestara­m-me um vestido, do guarda-roupa. Eram pagas as despesas. Enchia o depósito do carro, apresentav­a a factura e isso era-nos devolvido. Além

disso, pagavam o hotel.”

“TÍNHAMOSTU­DO!”

Hoje, também já não há estadias para ninguém. Nem maquilhage­m para os familiares ou Algo muito distinto do que se passava antes. “Tínhamos tudo! Maquilhage­m, cabelos... Cada pessoa usava a sua roupa, mas se a produção entendesse que não era adequada, existia guarda-roupa e eles assegurava­m. Tínhamos acessórios que podíamos conjugar com nossas roupas ”, contaChyn tia, que participo una Casa 5, em 2014. O transporte era“pago ao quilómetro e tínhamos todas as mordomias”. Daniel aS ., da Casa 2, nunca esteve em dado que foi finalista. Porém, no seu ano, até afinal, foi em grande, no Campo Pequeno, emLisboa. “No entanto, a minha mãe foi a várias galas e foi sempre maquilhada por eles .” Na Casa 6, em 2016, o desceu par aos 20 mil euros. As regalias têm vindo a decrescer de temporada para temporada. “Eu, como vinha do Algarve, recebia 150 euros para a deslocação”. De resto, parcos apoios, como o jantar no refeitório, e nada de hotéis.”

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