ACTORES EXIGEM OUTROS APOIOS À CULTURA REVOLTA!
Diogo Infante, Maria João Luís e Rita Blanco, entre outros, manifestaram-se contra o Governo, no Rossio. Exigem mais dinheiro e condições de trabalho
Neste momento, a fatia do Orçamento de Estado dedicada à Cultura é de 0,2%. Uma quantia que os artistas consideram insuficiente e incapaz de dar resposta a todos os projectos culturais válidos. Sem dinheiro não há companhias. Sem companhias não há trabalho para os actores. Tudo isto se torna uma bola de neve que querem estancar, sobretudo com um Governo cujo discurso de campanha se mostrou “culturalmente optimista”. “Tínhamos uma expectativa legítima de ver finalmente, por parte de um Governo, o reconhecimento do papel das artes e dos artistas na sociedade portuguesa”, começa por explicar, à TV Guia, Diogo Infante, também director artístico do Teatro da Trindade.
Diogo Infante sabe bem do que fala. Afinal de contas, acabou por se demitir do cargo de director artístico do Teatro Maria Matos, em 2008, por falta de verbas para a conclusão dos projectos. Por isso, o actor fala por si e por tantos colegas: “Cansados de uma sobrevivência no limiar da sobrevivência, pedimos a dignidade para um sector que invariavelmente é penalizado.”
HAJAUMAPOLÍTICASÉRIA
No Rossio, os manifestantes pediram, pelo mínimo, 1% do Orçamento de Estado para a Cultura. Diogo Infante acredita que é preciso mais. “É preciso uma política séria e criativa: que reponha o IVA dos espectáculos a 6%; que desenvolva uma lei de mecenato eficaz e atractiva, capaz de criar alternativas saudáveis de financiamento para as artes; que desenvolva um modelo de apoio com critérios transparentes e justos.” E o actor finaliza, com um apelo: “Finalmente, que todas as preocupações do sector se reflictam num Orçamento de Estado condigno.”