SOFRIMENTO E REVOLTA
CRÍTICAS LEVAM APRESENTADOR A ISOLAR-SE MANIPULAÇÕES E VIOLÊNCIA EXCESSO DE TRABALHO TERESA METIDA AO BARULHO
"Não protejo ninguém pela minha orientação sexual"
Pela primeira vez, o apresentador revela como está a viver a mais avassaladora experiência da sua vida. À TV Guia garante passar ao lado das críticas, diz que está focado em ganhar audiências, que não alimentou violencia, que não tem favoritos... nem o casal gay,
com o qual se poderia identificar...
Os fãs da
Casa dos Segredos 7, da TVI, estão a apertar o cerco a Manuel Luís Goucha, de 63 anos. Depois da sua prestação na última gala do programa, muitos foram os cibernautas que atacaram o anfitrião do reality show da estação de Queluz de Baixo, com acusações de parcialidade, subjectividade e até de incoerência de princípios. Confrontado pela TV Guia, o apresentador garantiu que “as críticas são normais”, que se está “nas tintas para a opinião dos outros, porque são programas que mexem muito com as pessoas”, assumindo que está apenas “focado em fazer as galas e ganhá-las”. “O que aconteceu sempre, até agora. Não me desfoco, não leio essas coisas. Deixei de ler as redes sociais. Vou ignorar as críticas. O programa está bem como está. Acho que está uma casa mais serena do que as anteriores.”
Os fãs e telespectadores têm uma visão e uma opinião diferente. E insistem em expressar as suas opiniões. “Está a destruir o Secret Story 7” ou “veja a cadeira quente após a gala, e perceba a sua péssima postura como apresentador”. Estas foram algumas das mensagens enviadas pelos telespectadores, horas após o fecho da emissão do último programa. Mas não foram as únicas: nos dias seguintes à última gala, choveram críticas públicas, várias, no Facebook oficial de Manuel Luís Goucha, entremeadas com declarações de satisfação e também de apoio de fãs de Goucha.
Aos 63 anos, depois de uma carreira estável e sempre em crescendo de popularidade ao longo de quatro décadas, a estrela da TVI está a provar um fel a que não estava habituado e a ter que saber da existência de comentários duros, a acusá-lo de ser incoerente nos seus valores, como escreveu, indignada, Maria Castro: “Manuel (…) é inadmissível, quando fala tanto sobre violência no seu próprio programa, compactuarem com esta situação. (…). Realmente, é lamentável. Fazia de si um Senhor... Sei que tem de seguir um guião, mas compactuar com isto? Não... Diga não à violência. Seja ela verbal ou não verbal... Ontem [domingo, 8] desiludiu-me, e também a muitos portugueses. Quando no seu programa da manhã vier defender as vítimas de violência doméstica pense duas vezes.”
“IMPOSSÍVELAGRADARATODOS”
À margem de um evento, Manuel Luís Goucha revelou à nossa revista que considera ser “impossível agradar a todos”. “A Teresa Guilherme e a Júlia Pinheiro também não agradaram” porque “este programa puxa pelo pior epelomelhorquehánaspessoas”.E dá um exemplo actual, em consonância com as críticas de que tem sido alvo: “Escreveram que fui parcial em relação ao Nuno e que defendo a violência. Eu desanquei o Nuno porque ele usa a violência quando deve usar o diálogo e disse-lhe no confessionário que é com diplomacia que se resolve as coisas. Querem o quê? Que mate o Nuno, só porque ele discutiu com o outro e lhe prometeu pancada cá fora? Calma, já houve coisas mais graves em outras casas dos segredos. Acho que este grupo até é bastante civilizado”, defende.
ACUSADODEINSTIGARAVIOLÊNCIA
Tó Zé, outro frequentador identificado da rede social Facebook, também enviou uma mensagem a Manuel Luís Goucha e não pelas melhores razões: “Como é possível insurgir-se contra e combater a violência de manhã, no Você na TV!, e à noite, no SS7, encobrir, desculpabilizar e ser conivente com as sérias ameaças de violência protagonizadas por um concorrente?! Onde está a sua coerência? Onde estão os valores civilizacionais que tanto apregoa? Onde está a frontalidade e sentido de Justiça que afirma possuir? Onde
“Não sei se estava preparado para isto. Nunca tinha passado por uma experiência
tão intensa”
está a sua obrigação, enquanto figura pública, de ter uma atitude assertiva e pedagógica perante a sociedade? Tinha-o em elevada consideração. Hoje mostrou ser uma enorme desilusão! Reflicta sobre isto… se fizer o obséquio de ler este comentário...!”
Maria Castro e Tó Zé são dois exemplos de pessoas desiludidas com as atitudes profissionais de Goucha, a quem se juntaram cibernautas como Ana Cardoso, outras das utilizadoras activas do Facebook, que culpabiliza o apresentador por um episódio em que o este terá apoiado a concorrente Gabriela e a terá incentivado a rebelar-se contra o namorado, César, que alegadamente sobre ela exerceria violência psicológica: “Foi feio o que fez ao César SS 7 nunca mais verei esta Casa. Desejo-lhe boa sorte.”
Vítor Moura vai mais longe e classifica como “asquerosa a protecção que o Manuel dá à Gabriela. Ela nesta história não é vítima, é agressora” e Cristina Damabiah alertou para o facto de a produção dever “estar à espera que ela tenha um surto psicótico, para subirem ainda mais
as audiências!”
O “CASO GABRIELA”
Sobre Gabriela, Manuel Luís também tem uma explicação e não hesitou em revelá-la, à nossa revista: “Disse à Gabriela: ‘Gosto de si’. Estou sempre do lado de quem sofre. E ali temos alguém a sofrer. Ela tem um comportamento desequilibrado atendendo ao passado de violência que viveu. Faz-me muita confusão ouvir uma jovem daquela idade a dizer: ‘Estou na merda’ ou que tem ‘a autoestima a zero’. O que lhe disse foi: ‘gosto de si, divirta-se e deixe de viver o jogo do César’ pelo qual ela vivia obcecada. Acho que ela entendeu mal e passou a ser agressiva de mais”, acrescenta o apresentador.
ESTAR PREPARADO... OU NÃO ESTAR
Garantindo não estar a tomar partido por ninguém, Manuel Luís Goucha assumiu que sempre se falará, seja nas redes sociais ou na imprensa, de “manipulação”. “Manipulação é a palavra-chave de todas as séries da Casa dos Segredos. A Te-
resa Guilherme também já passou por essas acusações.”
Quanto a estar preparado, ou não, para este desafio, Goucha reage: “Não sei se estava preparado para isto porque nunca tinha passado por uma experiência tão intensa, mas acho que estou preparado para isto e muito mais. Só não posso é por-me a ler os comentários depreciativos e perder o foco. O que importa é chegar às galas em bom, fazer bem e na segunda-feira ver que ganhámos nas audiências”, esclarece, adiantando outro dos seus objectivos: “Não sou pessoa de viver no chinelo. Sou o Manuel Luís Goucha que conhecem e o que têm de reconhecer em mim é a elegância e a calma com que estou na vida. E isso tem cativado as classes A e B (as mais altas) para o programa. Analisem as audiências e vão ver que trouxe ao programa sobriedade e elegância. Poderei ser excessivo e parcial em algumas coisas, mas há um padrão que vou manter até ao fim. Goste-se ou não.”
ÀBEIRADOESGOTAMENTO
Aos 63 anos, Manuel Luís Goucha está a viver o desafio “mais intenso” de toda a sua carreira. “Chego a estar sete horas seguidas a ver o programa no canal 12, vejo o bloco de 30 minutos que me enviam todos os dias. É trabalhoso, sim, mas aceitei o desafio e tenho de o agarrar e ganhar. Era preciso tornar credível os reality em Portugal, após a desgraça do Love on Top”, remata, em exclusivo.
“Não me desfoco. Deixei de ler as redes sociais. Vou ignorar as críticas. Estou focado em fazer
galas”