EMBAIXADOR do futebol
Só mesmo uma conferência de imprensa de CR7 seria capaz de desviar as atenções globais da consagração da equipa francesa, nova bicampeã do mundo, pelas ruas de Paris
Claro que CR7 teria preferido ser recebido em festa, no aeroporto de Lisboa, na passada segunda-feira, em vez de estar a fazer testes médicos e a dar uma conferência de imprensa em Turim. Era o dia a seguir à final do Mundial, e, mais ou menos à mesma hora, a seleçcão francesa era idolatrada em Paris, ao exibir a taça de campeã do mundo perante uma multidão imensa. Tivesse sido outro o desfecho do torneio na Rússia para a selecção portuguesa e aquela conferência de imprensa não teria existido naquele dia, àquela hora, naquela cidade. Mas a vida é o que é, e, na verdade, só mesmo CR7 conseguiria desviar as atenções do mundo do futebol num dia daqueles, em que se consagrava a nova bi-campeã mundial. O dia da inauguração de Ronaldo na Juventus foi uma espécie de tomada de posse do novo cargo do português: o cargo de estrela máxima do futebol em Itália, portador dos sonhos de um clube que quer ser o melhor da Europa e que encontrou em CR7 o caminho para a glória. É significativo que tamanha dimensão planetária dependa, hoje em dia, quase tanto das redes sociais quanto da televisão propriamente dita. É como se a multiplicidade de mensagens proporcionada pelo caos das redes sociais possibilitasse à televisão voltar aos valores básicos e elementares, como a simplicidade de uma conferência de imprensa transmitida em directo para todo o mundo, e em que Ronaldo mostrou, também, que está cada vez mais confortável na sua próxima dimensão: a de comunicador global e embaixador, como exjogador, das maravilhas do futebol.