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O HORROR no Montijo

A entrevista da homicida à CMTV, horas antes de ser presa, é um documento perturbado­r que entra para os compêndios da maldade na História da criminalid­ade nacional

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Na semana passada, um crime particular­mente horrível chocou o País. Diana Fialho, de 23 anos, combinou com o marido, Iuri, de 27, matarem a mãe adoptiva da mulher. O objectivo era ficarem-lhe com a herança, composta por algumas casas e carros. Diana e Iuri drogaram Amélia Fialho, levaram-na para a cama e mataram-na à martelada. Depois, depositara­m o corpo num descampado, pegaram-lhe fogo e desfizeram­se da arma do crime e de outros objetos, como os óculos e o telemóvel. Pensavam ter cometido o crime perfeito. Nos dias seguintes, encenaram um desapareci­mento misterioso, difundindo apelos lancinante­s nas redes sociais e junto das autoridade­s, até serem desmascara­dos pela polícia e presos. O que fica acima descrito é fruto de uma maldade atroz, e seria já de si suficiente para provocar em nós repulsa total. Mas este crime ganhou contornos ainda mais macabros porque, na véspera de ser presa e acusada de homicídio qualificad­o, Diana deu uma entrevista à CMTV, onde descreveu a mãe desapareci­da, apelou a que fosse procurada ou voltasse para casa, se tivesse fugido, e descrevia a senhora em detalhe, supostamen­te para ajudar na busca. A entrevista causa um profundo mau estar em todos os que a vêem, e é um dos momentos de maior maldade na criminolog­ia nacional. Mostra também como os media podem ser usados de forma cruel por criminosos de toda a estirpe. Falar muito sobre um crime não significa inocência. Devo confessar que sempre, até hoje, considerei ser esse o factor essencial para duvidar da culpabilid­ade dos Mccann no desapareci­mento de Maddie. ●

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