CELEBRAÇÃO do hip-hop
O artista que tem este género como o seu universo musical predilecto apresenta o espectáculo DeeJay Kamala 2.0 quarta-feira, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, perante uma sala praticamente esgotada UMA CARREIRA DEDICADA AO HIP-HOP
Não é o sonho de uma vida, mas é um objetivo há muito ambicionado, que irá cumprir-se esta quarta-feira em Lisboa, a partir das 20h00. DeeJay Kamala estreia-se em nome próprio no Coliseu dos Recreios com um concerto que o artista deseja que seja uma experiência única para os seus fãs.
DeeJay Kamala 2.0 irá celebrar 20 anos de carreira de uma personalidade que há muito viu o seu trabalho reconhecido, pelo público e pela crítica, como impulsionador das novas tendências do hip-hop a nível nacional. A iniciativa é tanto mais meritória já que é a primeira vez que um DJ actua em nome próprio na emblemática sala lisboeta. “É um espetáculo 100% pioneiro. E esgotar um concerto com estas características, numa sala como esta, é fazer história”, afirma à TV Guia o também empresário da noite da capital. “Sem desvendar o que irá acontecer quarta-feira, posso dizer que vou tentar apresentar um conceito que o Coliseu dos Recreios nunca viu”.
Pelo palco irão passar duas dezenas de convidados que acompanharam Kamala nos últimos 20 anos. “O espetáculo será muito menos a ideia de ver um DJ a pôr música, e mais o espetáculo em si”, sublinha o artista. “Só pelo número de amigos que vão passar pela sala, o evento ganha logo outro brilho, numa vertente de concerto em vez de um simples DJ set”. O acontecimento que o Coliseu dos Recreios irá receber é também um exemplo da importância que o hip-hop ganhou no universo musical português, particularmente nas gerações mais jovens. “A minha identidade musical, enquanto DJ, esteve sempre muito ligada ao hiphop”, explica este criador de misturas inovadoras.
Para chegar a esse patamar, muito contribuiu o nascimento dos clubes Radio-Hotel e Bosq, de que é sócio. “Dáme um enorme gozo em atuar nas minhas ‘casas’ porque, se algo correr mal, só tenho uma pessoa para culpar: eu!”, afirma em tom bem disposto. “Da mesma forma em que evoluí em termos artístiscos, também cresci como empresário da noite. E essa carreira deu-me bagagem para atirar-me para voos mais altos como o Coliseu dos Recreios ,sem ter medo que se vendam
Concerto ‘2.0’ tem ainda disponíveis bilhetes para os camarotes, a 15 euros
cada entrada
poucos bilhetes para o espetáculo”.
Aliás, no seu currículo mais recente, DeeJay Kamala, de seu nome João Fernandes, é o único artista com curadorias no NOS Alive e no Rock in Rio Lisboa, dois dos principais festivais de música realizados em Portugal. “Nos grandes palcos, adoro misturar o hip-hop com a música eletrónica. E essa fusão ganha uma dinâmica contagiante quando juntamos luzes, vídeos e bailarinos... acaba por ser uma energia que o público sente de forma quase imediata”.
Houve, por isso, um aceitar quase obrigatório deste som, principalmente no que ao nosso país diz respeito. “Basta ver os principais festivais portugueses que aconteceram este ano”, destaca Kamala. “Já não há maneira de fechar os olhos a uma estética musical que os mais jovens querem ouvir neste momento”.
SAÚDE E APOIO DA FAMÍLIA
Um forte apoio de que Kamala pode gabar-se é aquele que é prestado pela sua companheira Vanessa Oliveira, uma das caras mais conhecidas da RTP. “São 16 anos de vida em comum”, sublinha o artista. “Respeito e admiro o que ela faz, assim como ela respeita e admira o meu trabalho”. Pais de André, um traquinas com 5 anos de idade, não pensam, para já, ter mais um filho. “Será um processo natural; quando tiver de acontecer, acontece!”.
A preocupação pela saúde tem ganhado particular importância na vida de Kamala. “No nosso dia a dia, esquecemonos muitas vezes de quão fundamental é precisoter saúde para atingirmos os nossos objetivos”, confessa o DJ. “Acredito que o meu futuro irá ser muito ponderado entre o trabalho, a família e a própria vida. Posso mesmo afirmar que, nos últimos sete anos, apenas estive duas vezes de férias: uma vez na Grécia e outra em Chipre”. Nem é preciso sublinhar como pode ser dífícil a vida profissional de um artista. ●