O SALVADOR chegou
Ljubomir Stanisic foi à fronteira dar uma mão a um negócio à beira da falência TACHOS E BARBAS
O dono do restaurante só aguentou as portas abertas porque acreditou que o chefo podia ajudar. Localizado numa zona desfavorecida de Portugal – que está prestes a tornar-se ainda mais pobre – pode não resistir ao progresso
Pedro Cunha, 36 anos, é o dono do Stop TIR, o restaurante de Vilar Formoso, na Guarda, que Ljubomir Stanisic e a produção de Pesadelo na Cozinha, da TVI, visitaram em Setembro último e cujo episódio vamos poder ver domingo à noite, dia 14. Um patrão desmotivado, com clientes em debandada e a queixarem-se do aumento dos preços dos pratos, e um espaço localizado numa região deprimida com clientes pobres, são os ingredientes q.b. para o cozinheiro que veio dos Balcãs preparar um caldo explosivo.
À TV Guia, Pedro Cunha revela o seu estado de espírito e o estado do negócio que gere há cinco anos. “Estava para desistir disto desde o Verão de 2017, mas pensei em concorrer ao Pesadelo na Cozinha para ver se me motivava e salvava o restaurante. A Sónia, a minha companheira, e a nossa empregada, a Irina, incentivaram-me a concorrer e acho que valeu a pena. Candidatei-me mais por elas do que por mim”, declara o proprietário à TV Guia, apesar de não estar muito confiante no sucesso do negócio. E porquê? “Porque em 2019 vão ligar as duas auto-estradas entre Portugal e Espanha e se agora Vilar Formoso está no velório, concretiza-se então o funeral.”
O ex-camionista que pegou no Stop TIR em 2013 e que pondera, de novo, mudar radicalmente de vida e tornar-se barbeiro, revela que, cada vez menos, o restaurante lhe traz prazer e uma vida feliz. “Isto só me dá chatices e dores de cabeça. Recentemente, tive uma fiscalização que só me trouxe problemas e estava quase a desistir e a voltar aos camiões, onde posso ganhar 1500 ou dois mil euros sem me chatear ou sem ter de trabalhar 24 sobre 24 horas”, salienta à nossa revista. Satisfeito com as alterações propostas por Ljubomir, Pedro Cunha destaca uma sugestão do chef do 100 Maneiras que está a um passo de se tornar um sucesso regional. “Meteu na carta um cabrito no espeto que ninguém faz aqui na região e eu estou a fazê-lo no espeto e na brasa e está a sair muito bem”, conta, animado, embora receoso quanto ao futuro: “Gosto do ramo da restauração. Salvei este espaço da falência, mas agora já meti na cabeça: ‘Ou dá ou racha’. Se piorar, fecho as portas e abro uma barbearia. Ando a tirar um curso de barbeiro e deixo de ter tantas dores de cabeça.” ●