“QUEBRO O GELO facilmente”
A repórter Vdo concurso da RTP1 é uma das influenciadoras da nova geração na internet e trata o mundo da música por tu. Vive fascinada pelo pulsar de cidades como Nova Iorque ou Paris, mas agora é ela quem mede a temperatura às emoções de mentores e conc
Como surgiu o convite para ser a repórter V do The Voice Portugal? Foi um processo normalíssimo. Fiz um casting – por acaso, achei que tinha corrido mal –, mas, afinal, como se vê, correu bem. Houve algum motivo para achar que correu mal? Não, é porque eu acho que as coisas correm sempre mal e nunca fico totalmente satisfeita. Já na escola achava que os exames me tinham corrido mal e depois tinha 18 valores. Sou esse tipo de pessoa. Apesar de ser pessimista, desta vez, saiu-se muito bem.
Sim, e está a ser uma experiência fantástica.
O que lhe pediram para fazer no casting?
Basicamente o que faço aqui e que as pessoas vêem em casa nas emissões do The Voice. Testo as câmaras, mostro como se faz Vox Pop. Actividades a que está habituada por força de ser bloguer.
Sim, sou bloguer há sete anos, praticamente desde os 17, depois passei à fase do Instagram, o que veio dar uma dimensão enorme ao meu trabalho. Tenho um canal no YouTube, passei pela MTV Portugal, fui DJ e VJ, fui para a rádio e agora surgiu esta oportunidade.
A Mafalda era uma das hit girls da
MTV...
Ai, não sei se era [risos]. Mas, sim, a nossa série na MTV chamava-se Hit Girls. Éramos três raparigas dentro deste meio digital, duas bloguers, eu e outra rapariga, e uma youtuber. Era um programa tipo reality, embora diferente, que seguia a nossa vida e o facto de sermos influenciadoras digitais.
E como funcionava o programa? Os espectadores viam a vida da Mafalda e das outras hit girls e a forma como depois se relacionavam com a música, os artistas?
Não, tinha a ver com o nosso trabalho. Mostrava os bastidores do que está por detrás de uma fotografia do Instagram, o trabalho de uma influenciadora digital.
Mas não se ficou por este formato na MTV?
Não, depois fui VJ da MTV e aí já fazia reportagem. Fui aos MTV Music Awards e a outros espectáculos.
Em suma, está perfeitamente ambientada com o mundo e os bastidores da música e o The Voice é a sua praia. Completamente. Sem querer, sem planear, todos os projectos que fiz ou em que me envolvi foram sempre naturalmente parar à música.
Já era a sua paixão?
Sim, desde sempre. Eu canto e toco guitarra desde os 10 anos. Para mim, este ambiente é perfeito. É onde me sinto bem e realizada. Conte-nos o que mostra aos internautas no blog mafaldacastro.com [ex-Last Time Around], no seu diaa-dia?
Não tem a ver com música, mostro a minha vida, o meu dia-a-dia, as minhas rotinas. Depois, nos projectos da rádio e da televisão, mostro música e têm mais a ver com música. No blog, mostra o que come, o que veste, o que faz?
O que como, não. Sou uma péssima pessoa para aconselhar os outros a comerem bem. Acho que sou a pior pessoa de sempre para isso.
Ai, sim? Então porquê?
Não tenho cuidado nenhum com a alimentação.
Nem regras, nem horas?
Não, horas tenho, não tenho é cuidado. Como fast-food, como tudo. Se estiver com fome, como tudo.
Então o blog tem mais a ver com o que veste, é isso?
Tem tudo a ver com moda. Faço divulgação de moda na internet. Sustenta-se essencialmente desse trabalho digital ou o dinheiro a sério vem de outro tipo de trabalho?
Vivo essencialmente do trabalho na rádio MegaHits, num programa que se chama Girls Night Out, comigo e com a Ana Pinheiro.
ADAPTADA A DOIS AMORES
Onde é que se sente bem? Na rádio, na internet ou agora no The Voice a fazer televisão?
Não sei bem, sinto-me bem em todo o lado [risos]. Depois do período de adaptação, estou a sentir-me lindamente a fazer televisão. A rádio é diferente, é mais solitária, mas com a maior liberdade do Mundo. Aqui é diferente. Depois deste período de adaptação, sinto-me confortável nos dois sítios e não consigo escolher de qual eu gosto mais.
O que destaca, para já, desta experiência em televisão?
Em dois meses, a experiência está a ser muito gira. É brutal, porque,
além de ser televisão, o ambiente é descontraído e trabalhar com os mentores é superfácil.
E com os concorrentes, é fácil interagir?
Às vezes. Eles são quase todos um bocadinho tímidos. Comigo ficam tímidos [risos], mas há pessoal mais novo giro e divertido.
Alguns já a conheciam das redes sociais. Será que esse facto os intimida?
Se calhar, sim, não sei.
Quais são os truques que usa para os ajudar a descomprimir, a sentirem-se bem e a falarem tudo?
Falar. Falar muito com eles. Somos todos iguais, mas eles é que estão numa posição mais difícil do que a minha.
MARISA FOI A PRIMEIRA
Mas tem uma dica para quebrar o gelo?
Não, não tenho, mas acho que consigo quebrar o gelo facilmente. Mas é só falar, fazer perguntas, pôlos descontraídos a falar deles. A câmara assusta às vezes um bocadinho as pessoas, tal como o microfone. E se deixarem de falar por pânico destas duas coisas não dá muito jeito. A minha função é fazê-los esquecer que a câmara e o micro estão ali. E a experiência com os mentores? São todos fantásticos, como diz toda a gente?
São todos incríveis e superengraçados e dão momentos incríveis em televisão. Para mim, essa é a melhor parte: poder mostrar o que se passa por detrás das câmaras. Os mentores já são engraçados no programa, mas nos bastidores ainda são mais divertidos. Mostrar esse lado é uma boa parte do meu trabalho.
Tinha essa ideia deles ou descobriu que, afinal, eram assim?
Não, já sabia como eram. Por exemplo, a Marisa [Liz] foi a primeira pessoa que entrevistei na vida e, por isso, já sabia que era acessível, descontraída e divertida, mas, agora, aqui, nos bastidores, estou a descobrir novas facetas dos mentores. Tais como? Já tem alguma história engraçada? Pregaram-lhe alguma partida?
Ainda não. Eu sou anti-praxe e por isso não podia ser praxada aqui. Eles foram sempre superdivertidos e receberam-me bem. Estou sempre a roubar-lhes gomas nos camarins, porque eles não as comem.
Namora, pensa casar?
Não. Ainda só tenho 24 anos, sou muito nova para essas coisas. Essa hipótese ainda está longe. Está muito no futuro.
Quais têm sido as suas experiências de viagem?
A minha cidade favorita para visitar é Nova Iorque, onde tudo é fantástico. Mas também adoro Los Angeles e Miami, adoro viajar para os Estados Unidos. Mas a minha cidade favorita é Paris.
Entre Paris e as cidades americanas de que falou vai um mundo de diferenças...
Sim, mas, por exemplo, Nova Iorque não é assim tão diferente de nós. Nova Iorque é global, não é americana. Na área da moda, depois de ir a Nova Iorque, penso sempre que não estou onde devia estar. Nova Iorque é o sítio para estar. Na moda, é o primeiro sítio onde acontece tudo.
Como repórter V já tem algum concorrente favorito? Não, ainda não. É muito cedo. Eles são todos superqueridos e falamos imenso entre nós nos intervalos.
Está à espera de conhecer os finalistas para escolher?
Acho que sim. Mas ouço-os cantar e acho-os todos incríveis. E é por isso que ainda não escolhi um ou dois. Houve pessoal nas provas cegas que ouvi e pensei: “Uau, brutal!” Nas Provas Cegas ouvi pessoas que cantavam muito bem e que não ficaram, faz parte do programa, não podem ficar todos.
Já consolou concorrentes que foram eliminados? Saem muitos a chorar e a Mafalda consola-os?
Não sai ninguém a chorar. Ficam tristes, mas também não há razões para chorarem, pois podem voltar para o ano.
Houve muitos a dizerem que voltam para o ano?
Houve, e há também pessoas a voltarem dos anos anteriores.
A Mafalda conta voltar?
[Risos] Não sei, espero que sim.
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“Os mentores receberam-me bem. Estou sempre a roubar-lhes gomas
nos camarins porque eles não
as comem”