TV Guia

EM DEFESA de Ronaldo

- O CASO RONALDO

Ofinal do Verão costuma ser animado.Este ano começámos com a mudança de Cristina Ferreira para a SIC, mas logo surgiu a notícia de que uma americana se queixava de abuso sexual por parte de Crist ia noRonal do. O interesse mudou. Mais apelativo. Sexo, mais algo proibido, mais um protagonis­ta que rende milhões. A receitado sucesso para chamara atenção das pessoas e ocupara comunicaçã­osocial. Já muitos e disse e escreveu. Mas mesmo esgotado, a notícia não desaparece. O interesse continua, mesmo que se diga o que já se disse. Gostaria de acrescenta­r algo novo, seé que aindaé possível. Opto por me referir ao que não se diz. Estamos na presença de dois crimes. Ou melhor, falamos de dois crimes, sendo que apenas um deles aconteceu. Todos sabemos que nas prisões existem reclusosco­ndenados vítimas de falsas denúncias. O cinema também nos mostra essa realidade. Mas nunca ninguém se lembra. Talvez nenhum de nós consiga aceder totalmente ao sentimento de injustiça e dor de lhe ser atribuído um crime que não cometeu. Quanto mais horrendo o crime, maior essa angústia. Esteéuml ado de que não se fala. Parece não ter interesse para um público que paga. Claro que pode efectivame­nte ter havido crime de violação.

Mas pode antes TRATAR-SE DE UM CRIME DE DENÚNCIA FALSA.

Comba seno que sabemos, os dois são possíveis. Este, aliás, mais provável pelas estatístic­as que indicam que três de cada quatro denúncias são falsas. Pela matemática, para primeira abordagem, podemos pensar com probabilid­ade de 25% de verdade num crime de violação e com uma probabilid­ade de 75% num crime de difamação, denúncia falsa. Apenas probabilid­ades!Porque não estivemos lá! E são tantos os comentador­es a repetir que não estiveram lá, que também a mim já apetece dizer: eu não estive lá! Sim, eu não estive lá. No quarto. Mas vi. Não tudo, claro, porque como já escrevi também eu não estive lá. No quarto. Via pena soque milhões de pessoas também viram. O vídeo da dança. A senhora americana roçava as mamas no C R 7, depois a sua parte anal nos genitais do Cristiano. Ele parecia distraído, olhando para alguém ou para alguma coisa no seu lado esquerdo. A senhora americana pareceter ficado um pouco irritada e bate-lhe duas vezes no rabo, como quem o repreende por não lhe dar mais atenção. De seguida, já conquistad­a a atenção de CR7,

encosta e roça NOVAMENTE A SUA REGIÃO ANAL NO PÉNIS DO MELHOR JOGADOR DO MUNDO

Não sei, porque não tenho informação, se ele apresentou queixa por este assédio sexual dela sobre ele. Mas também não é importante. Ou talvez seja, porque se não é namorada dele, porque faz ela isto? Sim, passou-se em Las Vegas e parece que a senhora era “acompanhan­te ”. Também era aspirante a modelo.

MAS O QUE SIGNIFICA ser “modelo” numa casa nocturna? LI QUE A SUA TAREFA ERA ESTAR COM OUTRAS RAPARIGAS em bares a atrair clientes. Modelo?!

Posso aceitar sobre duas pessoas acabadas de se conhecerem Paris, que um convidee o outro aceitesub irem juntosà Torre Eiffel para olharem a cidade. Mas em Los Angeles subir a uma penthouse para apreciar a banheira de hidromassa­gem? Quem não quer ser lobo não lhe vista a pele.

AFINAL A SENHORA ERA PROSTITUTA

Com ou sem penetração, mas no Intendente muitas vezes se pagava apenas por uns minutos de companhia. Acompanhan­te ou “modelo” apenas significa que o sexo pago deve ser acordado numa segunda etapa, se subirem para um quarto de hotel. Mas ninguém fala, parece tabu. Sexo pago. N ocas ode uma mulher profission­al a trabalhare­m sexo heterossex­ual, trata-seda oferta, a troco de dinheiro, de sexo oral, sexo vaginal ou sexo anal. E em relação a este, é das boas práticas começar por recusar para depois subir o preço. Não gosto de hipocrisia, nem da história do Pai Natal, nem dos palhaços no circo. Ao ouvires ta história parece-me que vou a uma gela daria comprar um gelado e o empregado diz-me que só lhe apetece vender-me água com gás.

Segundo palavras da mãe “HOUVE MOMENTOSEM QUEELAME LIGOU PORQUE ELE[CRISTIANO RONALDO] ESTAVANUM OUTDOOR”

Quem trabalha neste meio, que me fascina, e que bem poderia ser uma profissão reconhecid­a, não se orienta por sentimento­s nem pelo respeito ao alheio. Nem é capaz de o fazer. E isto também deve ser dito, e considerad­o, quando se discute este caso. Só falta lembrar que tudo se passa em LA. A "Capital Mundial do Entretenim­ento", e todos somos adultos, sabemos do que estamos a falar. Aí, só os Anjos não têm sexo, ou talvez mesmo esses, porque na verdade é apenas uma questão de quanto pagam. Chamaram-lhe a cidade do pecado. E são intermináv­eis as listas de advogados especialis­tas em assédio sexual, que publicitam tr aba lharànoi te e aos fins-de-semana, oferecendo os seus serviços na Internet. Que lugar estranho! Disto também não se fala. Mas a hipocrisia em relação ao sexo continua a ser brutal. E a Justiça perde a venda e desequilib­ra a balança. E a sua espada é implacável e injusta, porque empurrada por hipócritas dissimulad­os que validam e dão força a este mundo do crime. Em Portugal, sobre este caso, vi e li alguns destes, muito senhores do seu “dever moral”. Tenho para mim, eu que como milhões de outras pessoas também não estive naquele quarto naquela noite, que tudo começou com a raiva dos ciúmes. Ela achou-se a mais bonita e depois ele não a pediuemcas­amento.Oque fazemos perante alguma coisa que nos mete medo e repugna? Tapamos os olhos. Ela não.

E é claro que a ideia de ganhar uns milhões de dólares extra é inerente ao seu “perfil profission­al”. Doa a quem doer, esmague quem esmagar. É assim que funciona. Talvez esta seja uma história na qual lobo e cordeiro estejam trocados. Mas o Cristiano é grande. Por isso acredito que honrará as muitas mulheres que, como ele, sofreram o horror da violação. Elas no corpo, ele na reputação. E ambos na alma. Quando a senhora americana for condenada e entrar na prisão. E os falsos moralistas meterem, por mais uma época, a viola no saco. ●

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