A bela e o MILIONÁRIO
Ana nem sonhava que Hugo, o marido arranjado, já foi casado. A nova mulher só conheceu o apartamento de luxo onde ele mora já a meio do reality show. Pegou no restaurante da família, mas a morte do pai afectou-o e levou-o a deixar tudo. Dedicou-se ao bud
Foi na Figueira da Foz que Hugo nasceu há 44 anos, mas cedo perdeu o contacto com as suas origens. Os pais, Benjamim e Margarida, estabeleceram-se em Lisboa, onde abriram um negócio de restauração, em 1981. Hugo era uma criança de 7 anos e a irmã, Cecília, tinha 10. Foi a pulso que Benjamim e Margarida fizeram crescer o estabelecimento, localizado no Campo Pequeno, onde a clientela nunca faltava. A filha, Cecília, chegou a ser gerente do negócio, cargo que assumiu em 2004, aos 33 anos. Nessa altura, Hugo trabalhava numa firma de produção de eventos, o seu primeiro emprego.
O participante de Casados à Primeira Vista é um verdadeiro homem dos sete ofícios, que abraça qualquer área de trabalho. Do seu currículo constam actividades tão diversas como a mediação imobiliária, o atendimento personalizado numa loja de cafés de marca ou, mais recentemente, motorista de uma firma de transportes. Mas, até chegar aqui, Hugo, pelo caminho, abraçou o negócio familiar. Foi em 2014, quando o pai morreu e a irmã cessou essas funções. Só que nem tudo correu pelo melhor ao actual marido de Ana Águas, o seu par escolhido, com uma taxa de compatibilidade de 93%, no reality show da SIC.
A PRIMEIRA MULHER
A morte do pai abalou bastante o filho mais novo, que tinha uma relação muito chegada com Benjamim. Aliás, aquando do “casamento arranjado”, Margarida, a mãe, em lágrimas, comentou essa ausência na cerimónia de alguém tão importante na vida de Hugo. Só que Benjamim e Margarida já tinham tido o gosto dever o filho casar-se. Hugo contraiu matrimónio, catolicamente, com Gisela, a primeira mulher, no dia 1 de Junho de 2002. Na altura, o “camionista” pensava ter encontrado o grande amor da sua vida e até adoptou os apelidos de Gisela. A nubente não retribuiu. Parecia adivinhar que o enlace não seria duradouro. O casal separou-se no dia 6 de Julho de 2005, três anos após ter jurado amor eterno. Sem descendência. Hugo quer muito ser pai e um dos motivos por que participou em Casados à Pri-
meira Vista foi constituir família. E muito o tem reclamado. “Com quem é que eu vou fazer filhos?”, interrogou, ao mesmo tempo que ameaçava terminar a relação com Ana mal ela dissesse que não estava apaixonada por ele ou não o queria.
Afinal de contas, Hugo tem feito pela vida e há património a quem deixar. O restaurante da família está para trespasse, mas a firma continua em funções, tal como a TV Guia comprovou junto dos registos comerciais de Lisboa. Ao mesmo tempo, o marido encomendado habita um apartamento milionário, na mesma avenida onde se situa a estabelecimento.
O APARTAMENTO MILIONÁRIO
A casa tem vistas largas, um terraço circundante e grandes áreas. Hugo mostrou-a, com gosto, a Ana. Três quartos, três casas de banho e um salão “onde se pode dançar”, descreveu. Ana gostou do que viu, mas observou: “Parece que me estás a querer vender a casa.” Ele bem poderia fazê-lo; afinal de contas, tem experiência no ramo imobiliário mas... a casa não é dele. Avalia doem mais de meio milhão de luxuoso anda ré arrendado e, para o efeito, Hugo tem de ganhar todos os meses uma“pequena fortuna” par apagar todas as suas despesas. Uma casa semelhante, no mesmo edifício, está à venda por 850 mil euros, mas os preços variam, conforme as áreas, existência–ounão– de garagem e o próprio andarem que se localiza. Os arrendamentos, na mesma zona, deu mandar idêntico podem custar entre 3500 e 5 mil euros mensais.
Por ali, Hugo é bastante conhecido, mas apenas de forma superficial. “É um rapaz muito simpático, é giro e tem dinheiro. Nem o estava a ver a entrar naquele programa, ele se quiser consegue arranjar mulher por ele ”, avalia uma lojista vizinha .“Costuma andara passear aí com os cãezitos, vive com dois cães muito giros e bem tratados.” A mesma mulher elogia, ainda, a mãe de Hugo. “É uma senhora muito distinta e sem--
Hugo mora numa casa avaliada em mais de meio milhão e cuja renda varia entre 3500
e 5 mil euros
pre que vem a Lisboa (voltou para a Figueira da Foz após a morte do marido) faz sempre aqui compras.”
O “DISFARCE” DE CAMIONISTA
Hugo partilhou, no Facebook, inúmeras fotografias do restaurante familiar, que esteve a gerir durante quatro ano sede cuj afirma aindaéo sócio gerente, apesar de a casa estar fechada. A clientela vinha de todos os lados: dos bancos, hotéis, espaços comerciais e até de um grande hospital público, tudo situado ali à volta. A esplanada foi até cenário da telenovela A Única Mulher, o que deixou o concorrente de Casados à Primeira Vista radiante.
Ainda assim, com o negócio a não correr de feição, devido à doença da cozinheira que tomava conta dos pratos e que fez muitos clientes deixarem de ser fiéis, Hugo agarrou-se a outro trabalho. Neste momento, é motorista de semi-reboques (camiões com atrelado) numa empresa com sede em Leiria. Talco mo partilhava fotografias do restaurante,também partilha imagens da sua vida, nos armazéns onde abastece o camião. “Só não tem trabalho neste Portugal quem não quer...”, comenta,
junto a uma dessas imagens, na rede social LinkedIn, dando a entender que este nãoéom ais motivador dosem pregos, ma sé o que tem. Ao mesmo tempo, mostra-se disponível para arranjar outro trabalho. “Disponível para novos e motivantes desafios”, afirma, na sua apresentação, na mesma rede social, especializada em contactos laborais.
BUDISTAS QUEREM DISTÂNCIA
Se hoje Nu noé um homem com a sua vida mais ou menos estabilizada, no passado a morte do pai foi de tal forma transtornante que o homem não só abandonou o restaurante como ingressou num templo budista, em Sintra. O próprio “noivo” fez essa revelação durante aapresentaçãoàim prensa de Casadosà Primeira Vista. Desses tempos, ainda mantém, ao pescoço, um colar de contas budista, que acredita protegê-lo e guiá-lo sempre na vida. A TV Guia esteve no templo, um local sumptuoso, e confirmou a estadia de Hugo, durante um ano.
“Quem quiser pode vir como voluntário e ficar o tempo que quiser, numa das casas”, explica uma das funcionárias. “Ao ser voluntário tem de colaborar em diversas actividades, que vão desde limpar a casa de banho a regar os jardins.” Há lista de espera e muitas são as pessoas a decidir-se por ir viver para uma comunidade onde se ouve o silêncio, localizada numa zona campestre de Sintra. Hugo passou esse ano de recolhimento a recuperar do desgosto e a fazer o seu luto, ao mesmo tempo que recebeu os ensinamentos budistas. “Aqui não há quaisquer terapias, o único acompanhamento quedam o sé o budismo ”, explica uma utente, enquanto cuida do jardim junto ao templo. O programa de televisão não caiu no goto dos budistas de Sintra e, por isso, a funcionária acrescenta: “Não vamos falar sobre o Hugo porque ele não nos representa”, diz, rejeitando qualquer ligação presente ao noivo/marido infeliz de Ana Águas... e que acabará sozinho. ●
A morte do pai levou-o a largar tudo. No templo, nem o querem à porta: “Não nos representa”