O AMOR deu-lhe uma nova casa
Aos 41 anos, e com uma longa carreira na televisão brasileira, o ator de A Teia não hesitou quando Renata lhe pediu para virem para Lisboa. Por cá, arranjou trabalho e só a filha mais velha teve dificuldade em adaptar-se
Vítor Hugo, da novela A Teia, não esquece o dia 7 de setembro de 2016. Nessa data, aterrou em Lisboa com a mulher, Renata, e os filhos, Sofia, Nicolau e Valentina. Quase de imediato ligaram-lhe para entrar em A Herdeira, da TVI. Hoje, brilha como o advogado Ricardo Saavedra, em A Teia, depois de ter integrado o elenco do Dança com as Estrelas.
Os vilões são a “especialidade” do ator. Ainda assim, fãs não faltam ao “mau” das fitas. “Tento fazer com que as personagens, mesmo más, tenham medo, desejo de alento e carinho. Busco humanizá-las. E isto aproximaas do público, creio eu.” Na vida real, Vítor Hugo prefere o papel de bom, que tenta desempenhar a 100 por cento, sobretudo com a família. Foi a mulher que o convenceu a vir para Lisboa e foi pelo futuro e pelo desenvolvimento profissional e intelectual dela que aceitou. “Foi aprovada para um doutoramento em Educação e mudámo-nos para ela realizar a sua formação e concretizar este sonho.” As admiradoras bem podem largar suspiros. Aos 41 anos, este carioca é bem casado e só tem olhos para a mulher: “A Renata é o meu grande amor, amiga e companheira. Aquela que me deu os meus maiores tesouros, que são os nossos filhos.”
PLANOS DE FICAR POR CÁ
O tempo foi passando e, apesar de a filha mais velha ter tido algumas dificuldades de adaptação, agora todos estão satisfeitos por morar em Lisboa. “Aqui sinto-me mesmo em casa”, garante o artista. E explica do que Sofia, de 14 anos, sentiu mais falta .“Ela tinha uma relação muito próxima com os avós, com os amigos e com outras das nossas paixões em comum: o mar, as cachoeiras e o sol.” A vida, no Rio de Janeiro, era mais solta. “Os meninos iam à praia todos os dias, antes ou depois da escola, e aos fins de semana íamos para cachoeiras e trilhas nas florestas.”
Feliz, Vítor Hugo nem sequer pensa em voltar para o Rio de Janeiro. “Vivemos tão completa e belamente as nossas vidas no Rio de Janeiro, e conhecemos tanto do Brasil, que hoje não sentimos nenhum vazio por não estarmos lá.” E conclui: “Quando voltaremos, se voltaremos, é algo em aberto. Somos uma família unida e apaixonada, sobretudo, de modo que a nossa felicidade é simples: basta estarmos juntos, no Brasil, em Portugal, no mundo...”
DITADURA DE BOLSO N ARO
Ainda assim, Vítor Hugo nunca esquece o Brasil e o que se passa por lá. Como tal, nunca poderia ter ficado indiferente às últimas eleições presidenciais, com
Jair Bolsonaro a ganhar o lugar no
Palácio do Planalto. “Lembro-me da máxima de Juscelino Kubitschek, que foi presidente do Brasil entre 1956 e 1961: avançar ‘50 anos em 5’, dizia ele em referência aos eu projet ode governo. Tentouviabilizar uma nova candidatura para as eleições de 65, mas com o golpe militar de 64 foi acusado pelos militares de corrupção e de ser apoiado pelos comunistas e como consequência teve o seu manda tocas sado e os seus direitos políticos suspensos.” Certo é que Bolsonaro, líder de um pequeno partido de extrema-direita, dirige, desde o dia 1 de janeiro, os destinos de um dos mais importantes países da América Latina. “Qualquer um hoje, no país, que discorde, e ainda somos livres para isso, das opiniões do presidente é chamado de ‘comunista’... Seria risível se não fosse trágico. O presidente eleito diz claramente que quer fazer o país voltar aos tempos ‘áureos’ da ditadura.
Falta pouco para ele lançar a sua própria máxima: retroceder ‘50 anos em 4’”, conclui o artista, em entrevista à TV Guia. ●
“A
Renata é o meu grande amor, amiga e companheira. Deu-me os maiores
tesouros”