“Ela CASOU-SE com o presidente”
“Comecei a não aguentar”, confessa, na sua biografia, o homem que, com o seu descontrolo, deixou o Sporting à beira de um ataque de nervos. E a origem foi só uma: a ex-mullher grávida de alto risco
Olivro que Bruno de Carvalho lança esta sexta-feira ,15, em Lisboa, promete muitas revelações bombásticas sobre personagens do futebol nacional e ameaça denunciar escândalos do mundo e do submundo do desporto-rei, ao longo dos mais de cinco anos da sua liderança no Sporting, mas revela também uma explicação para a enorme alteração dos seus estados de espírito que deixaram o clube de Alvalade, financiadores e milhares de sócios à beira de um ataque de nervos. Segundo ele, boa parte da culpa de tudo isto foi, afinal, de Joana Ornelas, a sua terceira e última ex-mulher.
No livro Sem Filtro – As Histórias dos Bastidores da Minha Presidência, ore da torda obra, o benfiquista Luís Aguilar, que conhecemos no comentário desportivo na TVI, dedicou um capítulo inteiro a Joana Ornelas, a ex-funcionária do marketing dos verdes e brancos que, no verão de 2017, subiu na hierarquia e acabou no trono como primeira-dama dos leões ao casar com Bruno de Carvalho, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, perante a corte sportinguista.
Referindo-se às guerrilhas internas que foi abrindo no clube, principalmente a partir de finais de 2017, e que tiveram o seu pico conflitual a 17 de fevereiro de 2018, durante a Assembleia Geral Extraordinária do “tudo ou nada” – aquela em que lançou insultos cirúrgicos e ameaças de demissão pelo meio, ma sem que saiu vitorioso, conseguindofazer passar, por ampla maioria, os novos estatutos e regulamentos do clube –, o ex-presidente revela agora que, ao mesmo tempo, em casa, a nova família, o seu “porto de abrigo”, se estava a desmoronar.
PRESSÕES BRUTAIS
No capítulo dedicado à terceira “ex”, Bruno não poupa crítica a Joana Ornelas, a então companheira. E sobre ela levanta suspeitas de oportunismo e de ter casado com ele, apenas, para dar o famoso “golpe do baú”. As palavras do antigo presidente denotam sentimentos de mágoa e ingratidão. “O meu casamento também começava a ruir. Não apenas pela gravidez de risco, mas também por um conhecimento cada
vez maior da mulher que estava comigo”, afirma, declarando ter passado das suspeitas às certezas: “Comecei a perceber que ela se tinha casado com o presidente do Sporting e não com a pessoa. E isso levou a que não tivesse bom ambiente em casa.” Somando os supostos ataques no clube à alegada desilusão amorosa, tudo contribuiu para um explosivo caldeirão emocional que terá feito desabar a sua personalidade pública e privada e que teve o seu ponto máximo a 15 de maio de 2018, o dia mais negro na história do Sporting, o do violento ataque de 38 adeptos à Academia em Alcochete. “Nessa fase da minha vida, fiquei sem um verdadeiro porto de abrigo”, lamenta Bruno de Carvalho, na obra que será lançada esta sexta-feira ,15, pelas 18:30, na Sala de Âmbito Cultural do El Corte Inglés, em Lisboa, com uma sessão prévia de autógrafos a partir das 17:00 e uma segunda pela 19:30.
PRESSÕES BRUTAIS
Num registo de confessionário ou sofá de psiquiatra, Bruno de Carvalho confessa a Luís Aguilar como a família leonina lhe abanou o berço e matou o nascituro. “Sem pessoas no Sporting que me conseguissem aliviar a carga de trabalho por uns dias, a ter de correr constantemente para hospitais e consultas, sempre com o medo de que a minha filha não nascesse, e a ter de aguentar todos os obstáculos levantados pela minha mulher. Comecei a não aguentar”, revela, mostrando mágoa pela falta de apoio: “Há momentos em que um líder também precisa de algum apoio e compreensão daqueles que estão ao seu lado.” Auxílio, numa fase em que os ataques surgiam a cada esquina e os inimigos fervilhavam atrás de cada porta – pelo menos do seu ponto de vista – foi com o que menos pôde contar do lado da sua equipa na SAD e no clube. “Marquei uma reunião no Sporting e expliquei o que se estava a passar à restante administração da SAD. Sempre dei oportunidade às pessoas para fazerem o seu trabalho. E, especial-
“O meu casamento começava a ruir... Também por um conhecimento cada vez maior da mulher que estava comigo”