ENGRAVIDAR outra vez
Numa azáfama e quase sem tempo para a filha Lua, de 11 meses, a atriz confessa andar cansada. E assim vai continuar até maio. Apesar disso, diz estar de “espírito forte”, feliz com a personagem de Quer o Destino
Loucura. Assim andam os dias de Sara Barradas, 29 anos. Protagonista de Quer o Destino, a nova novela da TVI, a intérprete de Vitória divide-se ainda pela peça Pare, Escute e... Ria, o seu primeiro trabalho em teatro de revista. A tudo isto há que juntar o seu papel principal: o de mãe da pequena Lua, de 11 meses. “A adaptação foi difícil, mas penso que é assim para qualquer mãe que regressa ao trabalho”, desabafa a atriz, que confessa andar “cansada” devido ao ritmo alucinante, mas de “espírito forte”. E bem precisa porque vai continuar com a peça e a novela até maio. “Não respiro até lá. Mas quando aceitei fazer a novela, foi nestes termos. Sabia que iam ser meses duros, mas estou ótima”, tranquiliza.
COM O CORAÇÃO APERTADO
A pequena Lua ainda não se ressentiu com as ausências da mãe, mas a atriz confessa que tem andado de “coração apertado”. “Não tenho o tempo que desejaria, mas já arranjei um método para estar com a minha filha. Consigo ir deixá-la à creche e até tenho dias em que a posso ir buscar”, refere. “Ela é muito pequenina. Ainda não sentiu. É mais o meu sofrimento do que o dela. A Lua tem todo o afeto do pai, da avó...”
No entanto, o pai, o ator José Raposo, começou a gravar Golpe de Sorte, na SIC, e Lua teve de ir para a creche há cerca de um mês. A adaptação à escola “correu bem”,
apesar de algumas “birrinhas”.
Para atenuar as ausências, Sara Barradas faz “muitas videochamadas para para a ver”. “Não resisto”,
confessa.
Agora, a maior preocupação com Lua são os pequenos domésticos. A menina começou a gatinhar muito recentemente: “Ando sempre à espera que ela bata com a cabeça em qualquer lado. Vou começar a proteger a casa toda para não haver dramas.”
Ser mãe era um sonho da atriz desde sempre. Ao contrário de outras colegas atrizes, Sara Barradas adorou “estar grávida”. Tanto, que gostava de engravidar outra vez. “É para repetir. Mas não vai ser um a seguir ao outro. Imagino-me a engravidar outra vez, mas quero dar um tempo. Talvez dois ou três anos. Para já, tanto eu como o Zé
[Raposo] queremos usufruir da nossa filha.”
Sem desesperar, os dias em família estão quase a chegar. Depois dos duros meses de trabalho alucinante, chega o merecido descanso: “Em junho vamos os três de férias [ver caixa]. Só ainda não sabemos para onde.”
VIOLADA AOS 14 ANOS
Na novela da TVI, com estreia agendada para 23 de março, Sara Barradas dá vida a Vitória, uma mulher que vê o pai ser assassinado e é violada por quatro homens, com apenas 14 anos. “A Vitória é uma mulher sofrida, mas muito corajosa. Ela vai enfrentar tudo e todos para conseguir o que pretende: a vingança”, descreve a atriz.
Para se preparar para a personagem, Sara Barradas conversou com uma pessoa que passou por um trauma semelhante: “Depois de falar com uma pessoa que infelizmente passou por isso, percebi que as marcas ficam para sempre. Não se consegue ultrapassar. A vida segue, mas o trauma fica e há sempre pequenas coisas que espoletam recordações daqueles momentos: cheios, cores, sonhos. A Vitória traz muito disso com ela. Tem sido muito interessante fazer
este papel”, refere a atriz. Para preparar a Vitória, Sara Barradas viu com atenção o original chileno Amanda, em que se baseia Quer o Destino, mas espera por diferenças substanciais na versão portuguesa: “Conheço, vi, mas isto é uma adaptação. Gosto do original, mas tenho a certeza que a autora da versão da TVI vai encontrar soluções diferentes. Eu por exemplo não queria um final igual ao da novela que passou no Chile.”
À CONQUISTA DO PÚBLICO
Sem estar obcecada com as audiências, Sara Barradas garante que o elenco “está a dar o melhor sem pensar em vitórias ou derrotas”. “É um grande projeto, disso tenho a certeza. Tenho a sorte de ter colegas fantásticos que fazem disto uma boa história. Em relação às audiências, a mim não me diz respeito, mas espero que a novela agrade ao público. Que consigamos agarrar as pessoas para que gostem tanto do projeto como nós. Espero que as pessoas percebam esta mulher, o trauma por que passou e a história que vive. É, sem dúvida, uma trama de emoções fortes”, considera.