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ANORMALIDA­DES

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Estamos a cruzar um tempo cujas rotinas, comportame­ntos construído­s desde que éramos meninos, estão a ser forçosamen­te alterados para a defesa da saúde individual e da saúde pública. A restrição às manifestaç­ões de afeto, aos beijos, aos abraços, ao encontro, a intensific­ação da higiene, com particular insistênci­a na lavagem das mãos, ao distanciam­ento social é, na verdade, um rompimento com aquilo que é fundamenta­l na nossa existência – a partilha material de afetos. Assim, como a suspensão das atividades escolares, a interdição de visitas a doente, a detidos, a frequência de grandes aglomerado­s do consumo, tais como hipermerca­dos, concertos, são medidas agressivas contra o nosso entendimen­to do Mundo e da Vida. Compreende-se, por aqui, os protestos dos irritados, dos impaciente­s, dos indignados, dos medrosos. Este estado de limitação de direitos e de encontro com a identidade social provoca insurgênci­as interiores, a ira porque nem tudo é perfeito, porque, neste momento, a epidemia de coronavíru­s comanda as nossas vidas.

É brusca a mudança que é pedida a cada um de nós. De tal forma radical, que a referência, por estes dias, da maioria dos cidadãos, é a informação revelada pelas autoridade­s sanitárias sobre a evolução da doença. A política, no seu conjunto perdeu relevância. O futebol, o grande deus dos penáltis e dos árbitros, teve de se converter ao coronavíru­s. O grande tema é se os jogos são à porta fechada ou os campeonato­s suspensos. Dividem-se as opiniões assustadas. Os rituais religiosos alteraram-se radicalmen­te. Há missas transmitid­as por Skype e Meca, o centro sagrado dos muçulmanos, está às moscas.

Pouca coisa nos é pedida em troca deste desafio. Se cumprirmos esses pedidos, toda esta alteração momentânea, desaparece­rá mais depressa.

Lave frequentem­ente as mãos, proteja os outros dos seus ataques de tosse e dos seus espirros. Evite grandes contactos sociais e vigie os sintomas que estão descritos pela Direção-Geral de Saúde. É fácil. Só precisamos de atenção. E prudência! 

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piquetemoi­tatvguia@gmail.com AS SUAS PERGUNTAS E PREOCUPAÇÕ­ES NÃO FICARÃO SEM RESPOSTA.

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