DOENÇA, MEDO E SUPERAÇÃO
O novo apresentador do Big Brother viveu durante anos com uma condição cardíaca. Chegou mesmo a ter “muito medo de morrer de repente”. Agora, Cláudio conta, em exclusivo à TV Guia, como superou a doença e como têm sido os dias alucinantes desde que se mudou para a TVI. “Não me deixo poluir pelo que não é importante”
Em 2009, Cláudio Ramos, de 46 anos, descobriu um problema de saúde que lhe mudou a vida. “Só a saúde me pode parar”, garantiu a Daniel Oliveira durante entrevista ao Alta Definição, em 2015. Sem tabus, como gosta de conversar, o agora apresentador do Big Brother 2020 confessou na altura que a superação do dia a dia era uma vitória e que o pavor de que algo de grave acontecesse o assombrava: “Tenho muito medo de morrer de repente. Se não chegar às 07:30 da manhã à SIC, alguém vai ter de telefonar para minha casa porque algo não está bem. O meu coração é muito frágil e pode, a qualquer momento, apanhar um susto – como já apanhei dois graves – e acontecer uma fatalidade.” Desde então, Cláudio Ramos não voltou a falar no assunto. Sofreu em silêncio, a temer que algo de mau acontecesse. Cinco anos depois desta revelação, voltou a abrir esta página da sua vida à TV Guia e conta como viveu o período a seguir à doença. A cura, em princípio, foi encontrada e o apresentador consegue viver agora em paz. No entanto, há momentos por gerir: o stress, as emoções e a mudança da SIC para a TVI foram alguns desses momentos. Fica a história de Cláudio Ramos, contada na primeira pessoa.
A OPERAÇÃO QUE MUDOU A SUA VIDA
Na altura em que tornou público o grave problema de saúde, Cláudio Ramos explicou: “Isto é emocional, não é genético, ninguém tem isto na minha família. Te
nho de tomar medicação todos os dias e tenho de fazer análises todas as semanas.” Esta debilidade fazia com que o apresentador tivesse de ter alguns cuidados com os sentimentos. “O que me custa é ter de controlar as minhas emoções, os meus ataques de ansiedade televisiva… Tento discutir com as pessoas do pescoço para cima para que não se metam no coração.”
Durante nove anos, o ex-comentador do Passadeira Vermelha teve de viver nesta angústia. Há cerca de dois anos, Cláudio Ramos submeteu-se a uma cirurgia que veio alterar o paradigma. “O problema de coração está controlado, porque fui operado há mais de dois anos e apenas faço consultas de rotina. Logo, fisicamente, está tudo bem. A ansiedade controla-se com a mente, com a meditação, com a capacidade de relativizar e estabelecer prioridades. Não é fácil, mas consegue-se”, esclarece à TV Guia. Apesar desta intervenção, Cláudio Ramos
continua a fazer medicação e a ter cuidados. “Faço análises com frequência e tenho consultas com frequência, a cada seis meses. Além disso, tomo medicação para a coagulação sanguínea.” No entanto, esta condição não lhe traz qualquer constrangimento na sua vida: “Não sou condicionado em nada. Foi feita a intervenção e nunca mais tive problemas. Sou muito disciplinado.” Segundo a estatística, “90% dos casos ficam resolvidos”, e o apresentador garante que não voltou “a ter nenhum episódio que o fizesse pensar o contrário”. No entanto, Cláudio Ramos confessa que os dias antes da intervenção não foram fáceis. “Na altura tive medo. Muito. Mas estava tão bem amparado pela equipa médica, a quem agradeço sempre a dedicação, que fui confiante e correu bem.”
Apesar de tudo estar bem, Cláudio Ramos não esquece o problema e mantém a disciplina no que respeita aos sentimentos e ao controlo das emoções. Para quem tem problemas cardíacos, ser o novo apresentador do Big Brother 2020 pode ser um vulcão prestes a explodir. Esta fase de transição de Cláudio Ramos fez com que o apresentador tivesse de ser devidamente acompanhado.
A PRESSÃO DO NOVO BIG BROTHER
“Antes de a notícia ser pública, eu já sabia. Estava preparado para o que aí vinha. Tive tempo para me preparar emocionalmente e tenho a ajuda de profissionais que trabalham comigo e me ajudam a atravessar fases de maior complexidade. Tenho muito bem definido na cabeça o que é importante e por isso não me deixo poluir pelo menos importante. Isso ajuda muito. Saber separar o trigo do joio é ouro emocional.” Além deste equilíbrio que foi aprendendo a ganhar com o passar do tempo, o apresentador não esconde que houve momentos de grande stress, principal
mente durante o período que teve de guardar o segredo da mudança só para si. “Óbvio que o tempo que antecedeu o anúncio público foi stressante, porque tive de gerir um segredo que sabia que iria mudar a minha vida profissional. Devo dizer que se não estivesse tão nervoso, não tinha essa consciência. Estamos na TVI, numa fase de mudança e eu sou uma das pessoas escolhidas para fazer parte dela. Tenho noção da responsabilidade. Não deixo que ela me tolde a capacidade de fazer o que quer que seja, até porque sei a importância que o Big Brother tem nesta fase da estação.” Cláudio Ramos afirma que este período final da preparação do programa “tem sido frenético e intenso”. “Tenho mergulhado num projeto no qual confio e pelo qual esperava há muitos anos”, refere. O apoio e o carinho do público têm ajudado o apresentador nesta nova fase da sua vida. “Fui muito bem recebido por todas as pessoas na rua e por vários meios. As pessoas mostraram-se satisfeitas com esta minha decisão. Quem me segue sabe que era algo que eu queria há muito tempo e para o qual tenho trabalhado há mais de 20 anos.”
EXPECTATIVAS ALTAS
A uma semana da estreia do Big Brother 2020 – com data marcada para domingo, dia 22 – as expectativas de Cláudio Ramos estão altas. “Tenho a certeza de que vou fazer um bom programa. Tenho todas as condições para isso. É um objetivo que tenho muito bem definido. O que eu quero depois da estreia
é dizer: ‘Cheguei às pessoas, toquei as pessoas, emocionei, fiz rir, acompanhei e estou feliz com o resultado.” A preparação tem sido dura. No entanto, o apresentador diz-se “um seguidor do Big Brother no mundo” e que tem feito de tudo para “descobrir” o seu registo e preparar-se “mental e fisicamente”. Para tal, Cláudio Ramos usa a ajuda de um coach. O apresentador está prestes a entrar numa nova era da sua vida profissional. Com os olhos do País sobre ele, a pressão é imensa mas Cláudio garante que os treinos para esta maratona já começaram há muito.