Doce eram uns “FURACÕES”
Carolina Carvalho, Bárbara Branco, Lia Carvalho e Ana Marta Ferreira são as atrizes que dão corpo e voz à banda portuguesa no filme que chega às salas de cinema a 25 de junho. Já a série será transmitida, pela RTP1, em setembro
Vamos mostrar um pouco a história das Doce e relembrar que elas eram uns furacões e revolucionaram isto tudo e foram esquecidas porque as pessoas de fora assim o quiseram.” É desta forma que Ana Marta Ferreira, que interpretou Laura Diogo, fala sobre o filme Bem Bom que vai estar estrear nas telas de cinema no dia 25 de junho. Carolina Carvalho, Bárbara Branco e Lia Carvalho deram voz e corpo a Lena Coelho, Fátima Padinha e Teresa Miguel. A banda portuguesa terminou em 1987 e Lia Carvalho assegura que este filme irá colocar um ponto final em várias dúvidas sobre as Doce. “As Doce hoje serão certamente melhor compreendidas do que foram na altura. É quase como uma justiça à sua história.”
As atrizes tiveram a oportunidade de conhecer as membros originais, algo que garantem ter sido um grande privilégio. “Estar com elas foi incrível. É uma grande responsabilidade fazermos alguém que ainda existe, mas foi muito bom porque ajudou-nos a construir melhor a nossa personagem”, conta Ana Marta Ferreira. Já Bárbara Branco tece vários elogios a Fátima Padinha, que garante ter sido muito simpática: “Estava muito nervosa por me encontrar com a Fátima. Acho que quando chega o momento de conhecer as ‘reais’ é no fundo conheceres uma pessoa que tu já conheces ou que tens vindo a descobrir ao fim de alguns meses. Ia muito nervosa mas superou todas as expectativas. Ela foi super querida, deu-me um abraço e disse: ‘é como se fosse tua mãe’. Deixou-me logo à vontade.”
No trabalho de preparação para este filme realizado por Patrícia Sequeira, as quatro atrizes tiveram de aprender todas as canções e coreografias da banda portuguesa. “Agora passo o tempo todo a ouvir as músicas das Doce. Dou por mim a fazer as coreografias em casa”, revela a atriz que interpreta Laura Diogo.
ORGULHO DO PROJETO
José Mata integrou o elenco do filme e fez par romântico com Bárbara Branco. “Faço de Jorge Hipólito, que é o técnico de som das Doce e namorado da Fátima Padinha.” Miguel Mateus conseguiu o papel através de um casting. “Interpretei o Vítor. Ele entra nas Doce com o Hipólito porque tinha uma carrinha e fez as digressões todas. Também era técnico de luz e acabou por ter uma relação com a Lena Coelho”, conta.
As atrizes percorreram o País em espetáculos ao longo de 2019, mas José Mata e Miguel Mateus só passaram por alguns sítios. O ator que interpreta Vítor fez par romântico com Carolina Carvalho e conta que desde o princípio se deram muito bem. “Demo-nos muito bem desde os primeiros ensaios que tivemos. Foi uma coisa muito imediata e isso é ótimo para estarmos à vontade.”
Tal como Carolina Carvalho, Bárbara Branco, Lia Carvalho e Ana Marta Ferreira, José Mata teve a oportunidade de conhecer a pessoa que interpretou. “Foi maravilhoso. Tivemos uma conversa muito agradável. Sempre com a preocupação e com a noção de que estamos a fazer um filme de que não estamos a fazer um documentário. Não estamos aqui para contar as coisas tal e qual como elas aconteceram, mas sim com algumas diferenças e com muita coisa ficcionada. A partir do momento em que isso acontece dessa maneira sentimo-nos muito mais à vontade para defender o nosso trabalho. E as pessoas originais também se sentem mais defendidas porque não estamos a fazer uma copia do que aconteceu”, afirma.
FILME E SÉRIE
O filme Bem Bom terá pouco mais de 100 minutos e será também uma série, de sete episódios, na RTP1, com estreia prevista para setembro. “O filme é mais a vida profissional delas e a série engloba a parte pessoal. Algumas cenas são diferentes porque há personagens que não entram no filme mas que entram na série, ou vice versa”, levanta um pouco o véu Ana Marta Ferreira. Bárbara Branco confessa que está entusiasmada para ver Bem Bom. “Já estou muito expectante para ver o filme. Desde o princípio, mesmo antes de começarmos a filmar já o queria ver. Há uma certa ansiedade por parte de todos e ainda bem que há.”
José Mata concorda com a colega. “Com o avanço tecnológico quanto mais cedo vermos o resultado melhor. Acho que chega a uma altura em que quase me esqueço do que gravámos. Depois na altura em que estreia é que vêm as memórias todas outra vez. Vai ser maravilhoso estarmos todos juntos a ver o filme”. Lia Carvalho contraria o desejo dos colegas. “Eu não tenho pressa.”