Sangue, suor e LÁGRIMAS de missão” não ter medo”,
A apresentadora d’A Nossa Tarde continua a trabalhar todos os dias, em direto, na RTP1. Revela que encara tudo com “sentido e que sabe os riscos que corre. “Ter respeito, mas diz, corajosa. Os filhos estão em casa com o pai
No momento em que a TVI e a SIC anunciaram que os programas do daytime tinham as suas transmissões em direto suspensas – devido à pandemia da Covid-19 –, entretanto retomadas esta semana, a RTP decidiu manter tudo como dantes, embora com muitas alterações de rotinas nos trabalhos e dos seus profissionais.
Esta decisão por parte da estação pública fez com que Tânia Ribas de Oliveira, de 43 anos, continuasse no ar com A Nossa Tarde, sem público e praticamente sem convidados. Se, por um lado, não esconde que o medo chegou a tomar conta de si, por outro, decidiu encarar isto como “uma missão” de servir quem está em casa.
Hoje, depois do primeiro embate, sempre difícil, a carismática apresentadora encara os seus dias com o mesmo sorriso encantador de sempre. “Encaro com sentido de missão. Somos pessoas, como tantas outras, que cumprem o seu serviço público e que trabalham diariamente para um bem comum: a tentativa de continuidade de uma normalidade que se exige, dentro da anormalidade dos dias”, começa por explicar, em exclusivo à TV Guia, realçando a “obrigação” da RTP, como estação pública, perante os portugueses. “Esta é a demanda apenas exigida a quem presta serviço aos portugueses enquanto missão a ser cumprida: o serviço público de televisão não pode nem deve ser comparado. Há apenas um e chama-se, em Portugal, RTP.”
SENSAÇÃO DE DESCONFORTO
Apesar de se mostrar uma defensora da missão da estação e das decisões por ela tomadas, Tânia Ribas de Oliveira revela que os primeiros dias foram complicados. “Foi fácil? Não. Nos primeiros dias houve, entre outros, uma sensação de desconforto grande. De sabermos que estávamos a correr riscos só pelo facto de sairmos de casa. Mas a RTP, à semelhança de outros tantos serviços públicos, não pode falhar aos portugueses.”
Contudo, há agora muitos cuidados a ter, segundo nos explica o rosto do canal onde está há já duas décadas. “Lavo as mãos antes de sair de casa, chego à RTP e volto a lavar. Lá, as portas estão todas abertas para que os trabalhadores não tenham de tocar em maçanetas. A reunião é feita num espaço aberto e a equipa presencial é muito reduzida.” Até no momento da maquilhagem há cuidados a ter: “A minha maquilhadora e cabeleireira seguem todos os procedimentos exigidos pela Direção-Geral de Saúde (DGS) e tenho material só meu.”
FILHOS E SAUDADES DO PAIS
Os dois filhos de Tânia Ribas de Oliveira, Tomás, de 7 anos, e Pedro, de 4, estão em casa aos cuidados do pai, João Cardoso, que, por ser professor e com as escolas fechadas, também está a cumprir o período de quarentena. No entanto, a apresentadora garante que não tem sido difícil manter as crianças em casa. “Só trabalho à tarde. Saio de casa às 14:00 e volto às 18:00. Há muita coisa para fazer! Estudar, brincar, ver um filme, fazer desporto com o pai... Quando chego da RTP, os três estão bem felizes!”
A pandemia do coronavírus faz com que tenha de haver um maior cuidado com os mais velhos, o que mantém Tânia fisicamente distante dos pais. Porém, a apresentadora faz questão de os ver, nem que seja à distância.
“Temos todos muitas saudades dos nossos pais. Fazemos videochamadas diárias e vemo-nos do outro lado da estrada só para mandar beijinhos. Passo de carro, mando beijinhos para a janela e aguardamos todos por dias melhores.”
Quanto a este período dramático em Portugal e no Mundo, a estrela da RTP deixa uma mensagem de força e união:
“Vamos conseguir ultrapassar isto tudo. Juntos mas separados. Força famílias! Para quem trabalha, como eu, é ter em mente as diretivas da DGS, ter respeito e não ter medo.”
Marido de Tânia é professor e, com as escolas fechadas, está em casa... com os filhos