Uma LUTA de todos
Aproxima-se mais um fim de semana. Os níveis de desconforto, de desgaste, de impaciência vão aumentando conforme se prolonga o isolamento, os números de infetados sobe, os números dos mortos cresce. O ambiente de opressão, provocado pela longevidade da epidemia, agrava-se dia após dia. Sem fim á vista. As notícias que chegam de países com a epidemia descontrolada são a prova de que nos vão ser pedidos mais sacrifícios durante semanas ou, até, meses. Qualquer ser humano necessita da sua circunstância social para se reconhecer como humano. A imposição desta espécie de ‘prisão domiciliária’ é, de alguma forma, a inibição da nossa humanidade.
Daí a crescente angústia, logo agora, que a Páscoa se aproxima e todos os abraços e encontros projetados, têm de ficar adiados.
Não há outro caminho. A luta é de todos nós. Um combate que jamais supusemos viver. Para os homens do séc. XXI, as brutais pestes de tempos antigos era uma impossibilidade nas nossas sociedades sanitaristas. Estamos perante um regresso da História medieval, com todo o rosário de medos, de superstições e desconfianças. De certeza, o momento mais difícil das nossas vidas.
Somos a sociedade do conhecimento. Por isso, sabemos que somos a primeira barreira á propagação do vírus. A Direção Geral de Saúde repete até á exaustão: lave as mãos com frequência, mantenha o isolamento social, espirre ou tussa para o braço ou para um lenço descartável, não leve as mãos ao rosto. Gestos aparentemente simples. Hoje, quase duas semanas depois, sabemos que são bem difíceis. Sobretudo o isolamento social. Aproxima-se mais um fim de semana. Ainda por cima com sol e dias bonitos. É difícil de resistir mas é preciso resistir. Aquilo que se passou na semana passada, com aglomerados de pessoas pelos jardins e marginais junto ao mar, contribuiu, de certeza, para aumentar o número de infetados e acelerar o alastramento da epidemia. É preciso resistir em defesa da nossa saúde. Esta é uma luta de todos!