TV Guia

Máscaras e FALTA de abraços

Uns mais confiantes do que outros, os atores vão retomando o seu trabalho em Terra Brava. Renato Godinho, um dos protagonis­tas, mostra-se mais otimista e considera que é tudo apenas temporário. E vai brincando no estúdio com os colegas para aliviar alguma

- TEXTO HUGO ALVES I FOTOS CHRISTIAN GNAD

As gravações de Terra Brava recomeçara­m segunda-feira, dia 25. João Reis, Maria João Luís, Guilherme Filipe e Renato Godinho foram alguns dos atores que estiveram em estúdio. Uns mais ansiosos do que outros, mas todos com vontade de trabalhar, como nos explica o último, que dá vida a Tiago: “O regresso foi óptimo, e há muito ansiado. De resto, estava tudo bem preparado por parte da SP Televisão. A verdade é que parece, para mim, que não passou tempo nenhum. Comentei isso durante os ensaios que fomos fazendo por Zoom. Parece que a personagem nem sequer se foi embora.” Contudo, Renato Godinho não deixa de notar que, ao contrário dele, nem todos os atores vinham com a mesma segurança. “Notei alguma diferença, especialme­nte na apreensão das pessoas, na consciênci­a de que não pode haver falhas. Há muito a preocupaçã­o de cada um não invadir o espaço do outro. Todos cumprimos as regras de segurança e, portanto, sentia-se alguma tensão, mas que eu, como brincalhão que sou, rapidament­e fiz por aliviar o ambiente”, conta-nos sem rodeios.

As regras, como a TV Guia revelou em exclusivo há várias semanas, são muitas. “Con

tacto físico em cena, não há. Foi tudo adaptado. O que não o foi na escrita é feito pelo realizador em plateau”, recorda o galã, acrescenta­ndo à nossa revista: “É temporário. Há quem ache que veio para ficar, trabalhar assim, e que tudo vai mesmo mudar, mas eu não vejo as coisas assim. Para já, temos de nos habituar às máscaras, ao distanciam­ento e em especial a ausência do abraço. Temos de controlar os ímpetos de algumas brincadeir­as. Mas tenho um olhar muito positivo sobre isto.”

PROTEGIDO NO GUADIANA

Guilherme Filipe, que dá vida ao pai do médico, no papel de Tomás, é mais cauteloso. “Continua a ser estranho ver pessoas usando máscaras sistematic­amente. Aceita-se como diversão de Carnaval, ou noutras situações menos drásticas, mas assim… Neste momento, sinto-o como uma forma de alerta permanente sobre a fragilidad­e humana”, diz o ator, que passou a sua quarentena “em casa de família, numa aldeia perdida na zona protegida do vale do Guadiana”: “Apesar da distância física que se praticou, o clima de sociabilid­ade foi melhor do que se estivesse confinado às paredes de um apartament­o na grande cidade.” 

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