Máscaras e FALTA de abraços
Uns mais confiantes do que outros, os atores vão retomando o seu trabalho em Terra Brava. Renato Godinho, um dos protagonistas, mostra-se mais otimista e considera que é tudo apenas temporário. E vai brincando no estúdio com os colegas para aliviar alguma
As gravações de Terra Brava recomeçaram segunda-feira, dia 25. João Reis, Maria João Luís, Guilherme Filipe e Renato Godinho foram alguns dos atores que estiveram em estúdio. Uns mais ansiosos do que outros, mas todos com vontade de trabalhar, como nos explica o último, que dá vida a Tiago: “O regresso foi óptimo, e há muito ansiado. De resto, estava tudo bem preparado por parte da SP Televisão. A verdade é que parece, para mim, que não passou tempo nenhum. Comentei isso durante os ensaios que fomos fazendo por Zoom. Parece que a personagem nem sequer se foi embora.” Contudo, Renato Godinho não deixa de notar que, ao contrário dele, nem todos os atores vinham com a mesma segurança. “Notei alguma diferença, especialmente na apreensão das pessoas, na consciência de que não pode haver falhas. Há muito a preocupação de cada um não invadir o espaço do outro. Todos cumprimos as regras de segurança e, portanto, sentia-se alguma tensão, mas que eu, como brincalhão que sou, rapidamente fiz por aliviar o ambiente”, conta-nos sem rodeios.
As regras, como a TV Guia revelou em exclusivo há várias semanas, são muitas. “Con
tacto físico em cena, não há. Foi tudo adaptado. O que não o foi na escrita é feito pelo realizador em plateau”, recorda o galã, acrescentando à nossa revista: “É temporário. Há quem ache que veio para ficar, trabalhar assim, e que tudo vai mesmo mudar, mas eu não vejo as coisas assim. Para já, temos de nos habituar às máscaras, ao distanciamento e em especial a ausência do abraço. Temos de controlar os ímpetos de algumas brincadeiras. Mas tenho um olhar muito positivo sobre isto.”
PROTEGIDO NO GUADIANA
Guilherme Filipe, que dá vida ao pai do médico, no papel de Tomás, é mais cauteloso. “Continua a ser estranho ver pessoas usando máscaras sistematicamente. Aceita-se como diversão de Carnaval, ou noutras situações menos drásticas, mas assim… Neste momento, sinto-o como uma forma de alerta permanente sobre a fragilidade humana”, diz o ator, que passou a sua quarentena “em casa de família, numa aldeia perdida na zona protegida do vale do Guadiana”: “Apesar da distância física que se praticou, o clima de sociabilidade foi melhor do que se estivesse confinado às paredes de um apartamento na grande cidade.”