TV Guia

“Entrámos cedo num EQUILÍBRIO MUITO GRANDE”

A bonita atriz de Terra Brava tem 24 anos, Duarte Gomes tem 34. A diferença de idades não pesa em nada na balança quando estão juntos, garante ela. Compreende­m-se na totalidade e têm objetivos comuns. O dela, neste momento, é vingar na representa­ção, após

- TEXTO HUGO ALVESI FOTOS STEPHANO RAPHAEL E RICARDO RUELLA

Qbalanço faz dos meses de Terra Brava antes de serem obrigados a virem para casa? Muito agradável. Nunca me aconteceu ter de parar um projecto a meio desta maneira. Acredito que não sou a única a dizer isto, mas sinto que pude fazer uma retrospeti­va e ver a novela com olhos de ver, perceber coisas que tenho para melhorar, algo que seria impossível analisar da mesma forma se mantivesse o mesmo ritmo alucinante. Assim pude perceber o que mudar, o que deixar ficar. Acredito que, quando voltar, terei valorizado o meu trabalho... [faz uma pausa] E depois acredito que é um projeto que não vou esquecer nunca. Por isso, aconteça o que acontecer, no final, vou fazer um bom balanço.

E acha que a Catarina valoriza a sua carreira, ou é mais do mesmo? [Pausa] Quando recebi o perfil da personagem, achei que ia ter muitas parecenças com a que tinha feito anteriorme­nte [Vidas Opostas], mas percebi rapidament­e que o que estava escrito no perfil era diferente do que ia ser a realidade. Sim, de facto, ela é a menina bonita de que os rapazes todos gostam, mas não tem nada a ver com o que fiz no passado. Ela é mais densa. E depois há aquela coisa do Diogo Amaral ser o meu pai... Como é que é isso? Tem sido um desafio gigante fazer as coisas como deve ser. Acho que tenho conseguido parecer mais nova que sou [a atriz tem 24 anos e a personagem 19], mais criança, mas confesso que, às vezes, estou no linear entre o real e o boneco.

Sente que a SIC está apostar em si? Não tenho razão de queixa e acho que me têm dado papéis diversific­ados. Contudo, ainda não foi protagonis­ta... Eu prefiro crescer passo a passo, degrau a degrau...

Regressara­m ao trabalho na segunda-feiram dia 25...

Com muitas regras, e ainda bem. A segurança está em primeiro lugar. O pior é fazer o teste da Covid-19. Pensar no cotonete no nariz é... [risos]

No meio disto tudo, nunca tentou a sorte lá fora, como tantas colegas suas estão a tentar?

Antes disto tudo, fiz uma participaç­ão num filme alemão e já me disseram para tentar a sorte no Brasil, por ser parecida com a Juliana Paes, mas acho que ainda tenho muito para aprender e conquistar em Portugal. Primeiro, quero estudar...

É MESMO AMOR!

Sempre quis ser atriz? Afinal, surgiu primeiro como modelo...

Sim, sempre. Desde miudinha. Mas não chateei muito os meus pais. Se calhar, devia ter chateado mais [risos]. O meu desejo começou na fase dos Morangos com Açúcar, mas os meus pais acharam na altura que era um capricho meu e continuei na escola, no Cartaxo. Confesso que aceitei. Se calhar, se tivesse insistido mais, tinha começado mais cedo [risos]. Ou então nem tinha acontecido nada...

Vir do Cartaxo para Lisboa foi uma grande mudança para si?

Mais ou menos. Comecemos por dizer: a minha família é quase toda do Algarve. O Cartaxo foi para onde vim morar com os meus pais. Depois, como fui modelo antes de vir morar para Lisboa, já tinha estado um mês sozinha em Milão e por isso sabia o que era viver sozinha. No entanto, sou uma pessoa muito familiar, caseira, e o Cartaxo é a minha terra, onde vou sempre que é possível. Além disso, sou muito próxima da minha mãe, que me dá aquele conforto especial [risos]. Mesmo estando longe, ela está perto.

Passámos por um estado de emergência que obrigou os portuguese­s a ficarem em casa durante mais de dois meses. Foi fácil para si?

Estar em casa não me aborreceu nada. Descansei, namorei, brinquei com o meu cão, li... Acho que estou a dizer aquilo que todos disseram ao longo destas semanas. O que me vai custar mais é se me impedirem de ir à praia no verão. Mas como tenho um terracinho posso apanhar lá sol [risos].

Por falar em namorar, está com Duarte Gomes há quase dois anos. Foi fácil adaptarem-se um ao outro, especialme­nte nesta fase que vivemos? Nós somos muito parecidos, o que ajudou a que fosse fácil vivermos juntos sempre. E no que não somos compleue

“Eu e o Duarte somos muito parecidos, o que ajudou a que fosse sempre fácil vivermos juntos”

mentamo-nos. A verdade é que estamos a viver juntos quase desde o início... Foi tiro e queda...

[Risos] Mais ou menos. Fez sentido. Podia não ter feito, mas foi tudo muito natural e compreende­mo-nos muito bem. Claro que, na quarentena, houve umas coisitas, mas eu acho que até esses momentos serviram para crescermos e tornarmo-nos mais fortes como casal.

O Duarte é 10 anos mais velho do que a Filipa. Isso foi um problema?

Acho que entrámos cedo num equilíbrio muito grande. Na realidade, eu nunca tive amigos da minha idade, sempre foram mais velhos e isso fez com que, se calhar, crescesse mais depressa. Além disso, o Duarte, apesar de ter 34 anos, é um ser humano muito jovem. Vamos ao encontro um do outro. Nunca sentimos a diferença de idades. Chegámos a falar disso, a brincar, mas percebemos depressa que até nos objectivos de vida e a velocidade a que os queremos completar são iguais... O único senão será quando ele for muito velhinho [risos].

Está apaixonada?

Muito...

Como será constituir família? A Filipa, sendo mais nova, pode querer protelar essa situação...

Eu sempre quis ser mãe, mas, neste momento, o foco é a minha carreira, que está ainda a começar. Quero dar tudo nesta fase. Sei que o Duarte quer ser pai, mas ele não me pressiona. Mas já falaram do assunto?

Sim, como todos os casais, mas não estabelece­mos metas, porque isso acontecerá naturalmen­te. Sei lá se sou mãe para o ano ou só aos 40? Não sei. Neste momento, o meu foco é a minha carreira, porque vem por aí muita coisa boa [risos]. Mas sei que a maternidad­e acontecerá um dia...

Foram discretos sobre a vossa relação durante muito tempo, mas, durante a quarentena, decidiram abrir o livro da vossa vida e da casa...

Sim, se calhar. Somos discretos e, se não tivesse havido esta quarentena, não teríamos feito tantos vídeos para o Tik Tok e Instagram. E a culpa é dele [risos]. Além disso, estamos juntos, somos felizes, fizemos as fotos, os vídeos, para divertir as pessoas. E só fez sentido porque são genuínos e divertidos.

MÃE QUERIDA

Teve dias difíceis na quarentena? Aqueles primeiros dias pareciam repetitivo­s: acordava, fazia umas coisas aqui em casa, almoçava, via um filme

ou uma série e depois ia para a cama... E por isso, quando me fartei, o que demorou poucos dias, mudei tudo. Deixei de ter rotinas e isso ajudou muito. Também ajudou eu ser uma pessoa positiva. Sempre que me fui abaixo ou ficava mais ansiosa, eu mesma mudava o chip... E fui-me distraindo com coisas que gosto, nomeadamen­te cozinhar. Ficou fã?

Adoro cozinhar. Aprendi a fazer um arroz de polvo, que foi muito elogiado. Estar longe dos pais e da família foi o mais complicado?

Em relação à família que está no Algarve, há muito que estou habituada a vê-los uma vez por ano, nas férias. Por isso, não foi tão difícil. Em relação à minha mãe, não senti saudades, porque falávamos, no mínimo, três vezes por dia. Nunca senti que estávamos longe. E, assim que permitiram, fui visitá-la ao Cartaxo. Claro que ela queria logo abraçar-me e foi difícil não poder e respeitar todas as regras impostas.

Ela tem sido o seu grande apoio? Completame­nte. Ela é mesmo a minha melhor amiga. Conto-lhe coisas que nem sequer conto às amigas mais próximas. É uma relação próxima mesmo. Dei-lhe chatices em adolescent­e, daqueles típicas que qualquer um deu, que hoje percebo tão bem que eram isso... Chatices. E daí ficou a ligação forte entre as duas, que nunca se quebrou até hoje.

O que quer fazer assim que a vida voltar ao normal?

Beber uma cerveja com amigos, fazer piquenique­s, praia tranquilam­ente e trabalhar...

Apesar do confinamen­to, a Filipa manteve uma excelente forma física .... Tenho de agradecer à minha genética e aos 10 anos que fiz karaté de alta competição, dos 5 aos 15 anos. Treinava todos os dias e era até muito musculada. Acredito que o corpo tenha memória e seja por isso que não engorde facilmente. Só recomecei o exercício recentemen­te: caminhadas de 10 e 15 quilómetro­s, acho que ajudou. E libertou-me. Porque a verdade é que o exercício físico liberta a mente, relaxa... e deixa-nos avaliar os problemas de outra forma. Fiz tudo para a minha saúde mental... mais até do que para a física. Então a alimentaçã­o...

Não tenho muitos cuidados. Verdade! Adoro batatas fritas e sou capaz de comer todos os dias. E sei que isto é um problema. 

“A minha mãe é mesmo a minha melhor amiga. Conto-lhe coisas que nem sequer conto às amigas próximas”

 ??  ??
 ??  ?? Filipa Nascimento está decidida a vingar na representa­ção, aproveitan­do as pausas para estudar.
Filipa Nascimento está decidida a vingar na representa­ção, aproveitan­do as pausas para estudar.
 ??  ?? A atriz adora cozinhar e recentemen­te aprendeu a fazer arroz de polvo.
A atriz adora cozinhar e recentemen­te aprendeu a fazer arroz de polvo.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal