“Entrámos cedo num EQUILÍBRIO MUITO GRANDE”
A bonita atriz de Terra Brava tem 24 anos, Duarte Gomes tem 34. A diferença de idades não pesa em nada na balança quando estão juntos, garante ela. Compreendem-se na totalidade e têm objetivos comuns. O dela, neste momento, é vingar na representação, após
Qbalanço faz dos meses de Terra Brava antes de serem obrigados a virem para casa? Muito agradável. Nunca me aconteceu ter de parar um projecto a meio desta maneira. Acredito que não sou a única a dizer isto, mas sinto que pude fazer uma retrospetiva e ver a novela com olhos de ver, perceber coisas que tenho para melhorar, algo que seria impossível analisar da mesma forma se mantivesse o mesmo ritmo alucinante. Assim pude perceber o que mudar, o que deixar ficar. Acredito que, quando voltar, terei valorizado o meu trabalho... [faz uma pausa] E depois acredito que é um projeto que não vou esquecer nunca. Por isso, aconteça o que acontecer, no final, vou fazer um bom balanço.
E acha que a Catarina valoriza a sua carreira, ou é mais do mesmo? [Pausa] Quando recebi o perfil da personagem, achei que ia ter muitas parecenças com a que tinha feito anteriormente [Vidas Opostas], mas percebi rapidamente que o que estava escrito no perfil era diferente do que ia ser a realidade. Sim, de facto, ela é a menina bonita de que os rapazes todos gostam, mas não tem nada a ver com o que fiz no passado. Ela é mais densa. E depois há aquela coisa do Diogo Amaral ser o meu pai... Como é que é isso? Tem sido um desafio gigante fazer as coisas como deve ser. Acho que tenho conseguido parecer mais nova que sou [a atriz tem 24 anos e a personagem 19], mais criança, mas confesso que, às vezes, estou no linear entre o real e o boneco.
Sente que a SIC está apostar em si? Não tenho razão de queixa e acho que me têm dado papéis diversificados. Contudo, ainda não foi protagonista... Eu prefiro crescer passo a passo, degrau a degrau...
Regressaram ao trabalho na segunda-feiram dia 25...
Com muitas regras, e ainda bem. A segurança está em primeiro lugar. O pior é fazer o teste da Covid-19. Pensar no cotonete no nariz é... [risos]
No meio disto tudo, nunca tentou a sorte lá fora, como tantas colegas suas estão a tentar?
Antes disto tudo, fiz uma participação num filme alemão e já me disseram para tentar a sorte no Brasil, por ser parecida com a Juliana Paes, mas acho que ainda tenho muito para aprender e conquistar em Portugal. Primeiro, quero estudar...
É MESMO AMOR!
Sempre quis ser atriz? Afinal, surgiu primeiro como modelo...
Sim, sempre. Desde miudinha. Mas não chateei muito os meus pais. Se calhar, devia ter chateado mais [risos]. O meu desejo começou na fase dos Morangos com Açúcar, mas os meus pais acharam na altura que era um capricho meu e continuei na escola, no Cartaxo. Confesso que aceitei. Se calhar, se tivesse insistido mais, tinha começado mais cedo [risos]. Ou então nem tinha acontecido nada...
Vir do Cartaxo para Lisboa foi uma grande mudança para si?
Mais ou menos. Comecemos por dizer: a minha família é quase toda do Algarve. O Cartaxo foi para onde vim morar com os meus pais. Depois, como fui modelo antes de vir morar para Lisboa, já tinha estado um mês sozinha em Milão e por isso sabia o que era viver sozinha. No entanto, sou uma pessoa muito familiar, caseira, e o Cartaxo é a minha terra, onde vou sempre que é possível. Além disso, sou muito próxima da minha mãe, que me dá aquele conforto especial [risos]. Mesmo estando longe, ela está perto.
Passámos por um estado de emergência que obrigou os portugueses a ficarem em casa durante mais de dois meses. Foi fácil para si?
Estar em casa não me aborreceu nada. Descansei, namorei, brinquei com o meu cão, li... Acho que estou a dizer aquilo que todos disseram ao longo destas semanas. O que me vai custar mais é se me impedirem de ir à praia no verão. Mas como tenho um terracinho posso apanhar lá sol [risos].
Por falar em namorar, está com Duarte Gomes há quase dois anos. Foi fácil adaptarem-se um ao outro, especialmente nesta fase que vivemos? Nós somos muito parecidos, o que ajudou a que fosse fácil vivermos juntos sempre. E no que não somos compleue
“Eu e o Duarte somos muito parecidos, o que ajudou a que fosse sempre fácil vivermos juntos”
mentamo-nos. A verdade é que estamos a viver juntos quase desde o início... Foi tiro e queda...
[Risos] Mais ou menos. Fez sentido. Podia não ter feito, mas foi tudo muito natural e compreendemo-nos muito bem. Claro que, na quarentena, houve umas coisitas, mas eu acho que até esses momentos serviram para crescermos e tornarmo-nos mais fortes como casal.
O Duarte é 10 anos mais velho do que a Filipa. Isso foi um problema?
Acho que entrámos cedo num equilíbrio muito grande. Na realidade, eu nunca tive amigos da minha idade, sempre foram mais velhos e isso fez com que, se calhar, crescesse mais depressa. Além disso, o Duarte, apesar de ter 34 anos, é um ser humano muito jovem. Vamos ao encontro um do outro. Nunca sentimos a diferença de idades. Chegámos a falar disso, a brincar, mas percebemos depressa que até nos objectivos de vida e a velocidade a que os queremos completar são iguais... O único senão será quando ele for muito velhinho [risos].
Está apaixonada?
Muito...
Como será constituir família? A Filipa, sendo mais nova, pode querer protelar essa situação...
Eu sempre quis ser mãe, mas, neste momento, o foco é a minha carreira, que está ainda a começar. Quero dar tudo nesta fase. Sei que o Duarte quer ser pai, mas ele não me pressiona. Mas já falaram do assunto?
Sim, como todos os casais, mas não estabelecemos metas, porque isso acontecerá naturalmente. Sei lá se sou mãe para o ano ou só aos 40? Não sei. Neste momento, o meu foco é a minha carreira, porque vem por aí muita coisa boa [risos]. Mas sei que a maternidade acontecerá um dia...
Foram discretos sobre a vossa relação durante muito tempo, mas, durante a quarentena, decidiram abrir o livro da vossa vida e da casa...
Sim, se calhar. Somos discretos e, se não tivesse havido esta quarentena, não teríamos feito tantos vídeos para o Tik Tok e Instagram. E a culpa é dele [risos]. Além disso, estamos juntos, somos felizes, fizemos as fotos, os vídeos, para divertir as pessoas. E só fez sentido porque são genuínos e divertidos.
MÃE QUERIDA
Teve dias difíceis na quarentena? Aqueles primeiros dias pareciam repetitivos: acordava, fazia umas coisas aqui em casa, almoçava, via um filme
ou uma série e depois ia para a cama... E por isso, quando me fartei, o que demorou poucos dias, mudei tudo. Deixei de ter rotinas e isso ajudou muito. Também ajudou eu ser uma pessoa positiva. Sempre que me fui abaixo ou ficava mais ansiosa, eu mesma mudava o chip... E fui-me distraindo com coisas que gosto, nomeadamente cozinhar. Ficou fã?
Adoro cozinhar. Aprendi a fazer um arroz de polvo, que foi muito elogiado. Estar longe dos pais e da família foi o mais complicado?
Em relação à família que está no Algarve, há muito que estou habituada a vê-los uma vez por ano, nas férias. Por isso, não foi tão difícil. Em relação à minha mãe, não senti saudades, porque falávamos, no mínimo, três vezes por dia. Nunca senti que estávamos longe. E, assim que permitiram, fui visitá-la ao Cartaxo. Claro que ela queria logo abraçar-me e foi difícil não poder e respeitar todas as regras impostas.
Ela tem sido o seu grande apoio? Completamente. Ela é mesmo a minha melhor amiga. Conto-lhe coisas que nem sequer conto às amigas mais próximas. É uma relação próxima mesmo. Dei-lhe chatices em adolescente, daqueles típicas que qualquer um deu, que hoje percebo tão bem que eram isso... Chatices. E daí ficou a ligação forte entre as duas, que nunca se quebrou até hoje.
O que quer fazer assim que a vida voltar ao normal?
Beber uma cerveja com amigos, fazer piqueniques, praia tranquilamente e trabalhar...
Apesar do confinamento, a Filipa manteve uma excelente forma física .... Tenho de agradecer à minha genética e aos 10 anos que fiz karaté de alta competição, dos 5 aos 15 anos. Treinava todos os dias e era até muito musculada. Acredito que o corpo tenha memória e seja por isso que não engorde facilmente. Só recomecei o exercício recentemente: caminhadas de 10 e 15 quilómetros, acho que ajudou. E libertou-me. Porque a verdade é que o exercício físico liberta a mente, relaxa... e deixa-nos avaliar os problemas de outra forma. Fiz tudo para a minha saúde mental... mais até do que para a física. Então a alimentação...
Não tenho muitos cuidados. Verdade! Adoro batatas fritas e sou capaz de comer todos os dias. E sei que isto é um problema.
“A minha mãe é mesmo a minha melhor amiga. Conto-lhe coisas que nem sequer conto às amigas próximas”