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ABRAÇOS especiais “O professor é sempre um amigo. Não chega a ser um familiar, mas é perto disso”

A aula da cidadania do Presidente não cativou grandes audiências no #estudoemca­sa e foi só o 15º programa mais visto do dia na RTP Memória.

- TEXTO JOÃO BÉNARD GARCIA I FOTOS COFINA MEDIA

Boa tarde, chamo-me Marcelo Rebelo de Sousa e sou professor. E hoje vou matar saudades.” Assim se apresentou o Presidente da República, o também docente que, há dois anos, se jubilou na Faculdade de Direito de Lisboa. No final, despediu-se dos alunos de forma igualmente cordial, como é seu apanágio. “O abraço do Presidente, mas o abraço de um amigo. Porque um professor é sempre um amigo. Não chega a ser um familiar, mas é perto disso.” Apresentan­do a sua aula, que durou 28 minutos e 31 segundos, como “as lições da pandemia” (foi vista por 43 mil e 400 espectador­es, na RTP Memória), Marcelo começou por explicar as razões pelas quais escolheu aquelas dez e não outras. “A coisa mais importante da vida é precisamen­te a vida. Tudo o resto perde sentido sem vida

O Presidente levou dez lições bem estudadas e foi muito crítico na análise de algumas. e sem saúde.” Estava dado o mote.

Com uma linha de raciocínio estruturad­a para as mudanças que a covid-19 introduziu na vivência comunitári­a, o Presidente não deixou de tecer as suas críticas a quem falhou, ou quase ia falhando, no combate à doença. “Se a pandemia é de todo o mundo, devia ser todo o mundo junto a tratar da pandemia. A prevenir, a tratar e a responder”, sustentou, acrescenta­ndo: “Infelizmen­te, isso não aconteceu. Em muitos momentos, cada um foi para o seu lado e quem sofreu foram as pessoas.”

Na RTP Memória, Marcelo formulou ainda um desejo para quando chegar a cura: “E é bom que não aconteça, quando chegarem os medicament­os e as vacinas, serem só para alguns, mas para todos. Não pode haver cidadãos de primeira, de segunda, de terceira e de quarta categoria.”

Crítico, a sério, foi mesmo com a Europa e os seus dirigentes: “A Europa andou distraída no início. Houve países que pensaram que escapavam ao vírus. A Europa percebeu. Tarde, mas percebeu. E, apesar de tudo, foi menos egoísta do que parte do mundo.” 

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No final, depois da aula de 28 minutos, Marcelo falou com os jornalista­s sobre racismo e o Novo Banco.
Elogios a quem esteve na linha da frente, entre médicos, enfermeiro­s, pessoal de diagnóstic­os e, claro, aos professore­s. No final, depois da aula de 28 minutos, Marcelo falou com os jornalista­s sobre racismo e o Novo Banco.

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