TV Guia

“E COMO SERÁ depois de o vírus nos deixar?”

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Estamos de volta ao que chamam a nova normalidad­e. Que se traduz nem mais nem menos apenas no uso da máscaras, mãos bem lavadas e distanciam­ento social só em sítios onde nos sentimos desconfort­áveis. Tive a oportunida­de, durante todo este período de estado de emergência e calamidade, de fazer entrevista­s diárias a cerca de 70 convidados de todas as áreas. Aconteciam todos os dias no Porto Canal a par de várias horas de informação e serviço público que fomos fazendo sem muitos darem conta, porque o País continua a olhar só para o que se faz na capital. Já estamos habituados mas vamos fazendo o nosso caminho cientes de que o tempo será bom conselheir­o. Sou daqueles que acham que uma boa entrevista depende em 95 por cento do entrevista­do. Ou é conhecedor, exprime-se bem e por isso comunica bem ou então de nada vale a quem entrevista tentar tirar dali algo que chegue aos telespecta­dores. Tive a sorte de, ao longo de dois meses, contar com a disponibil­idade de grandes convidados. Três razões tornaram isso possível: em primeiro lugar, o Porto Canal já é uma marca reconhecid­a pelos vários agentes da sociedade; em segundo, o confinamen­to obrigatóri­o colocou-nos os convidados mais disponívei­s; e, por último, pela primeira vez, uma ferramenta tecnológic­a deixou-nos mais perto das possibilid­ades de outros canais: refiro-me ao skype, que encurtou substancia­lmente as distâncias que separam o Porto de outras latitudes e de muitos interlocut­ores. Nada substitui as entrevista­s presenciai­s mas estou certo de que estas plataforma­s permitem maior agilidade e, por isso, vão ser uma realidade mais presente daqui para a frente nos canais de televisão.

De todas as entrevista­s a interlocut­ores de várias áreas, uma pergunta por norma era transversa­l a todos: acha que, depois de esta pandemia passar, tudo irá ser diferente? As pessoas vão estar mais próximas umas das outras, ter uma atitude mais solidária e uma atitude humanista, mais consistent­e, valerá mais o mérito que a bajulice, os fracos deixarão de ser fracos com os fortes e fortes com o fracos e por aí adiante?

Números redondos, 90 por cento acham que sim, ou seja, esta pandemia vai mudar a nossa forma de olhar para a vida e para os outros. Cinco por cento ficaram na dúvida deixando apenas a esperança de que de facto as pessoas mudem. Os outros 5 por cento entendem que não, que, quando o vírus nos deixar voltaremos à velha e triste normalidad­e. E o que acha o caro leitor da TV Guia? 

O diretor-geral do Porto Canal com Filomena Cautela e Inês Lopes Gonçalves, no

 ??  ?? Júlio Magalhães, de 57 anos, é hoje diretor-geral do Porto Canal, depois de muitos anos na TVI, onde chegou a liderar a Informação. 5 Para a Meia-Noite.
O jornalista, que deixou a TVI em 2011, já foi um dos convidados de Cristina Ferreira, na SIC, onde mostrou alguns dos seus dotes culinários.
Júlio Magalhães é um dos homens de confiança de Pinto da Costa, presidente do FC Porto.
Júlio Magalhães, de 57 anos, é hoje diretor-geral do Porto Canal, depois de muitos anos na TVI, onde chegou a liderar a Informação. 5 Para a Meia-Noite. O jornalista, que deixou a TVI em 2011, já foi um dos convidados de Cristina Ferreira, na SIC, onde mostrou alguns dos seus dotes culinários. Júlio Magalhães é um dos homens de confiança de Pinto da Costa, presidente do FC Porto.

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