A ‘CORAGEM’ DE SERRANO
1. Quando outros se escondem, quando outros preferem o silêncio, quebrado apenas para elogiar quem manda, pensando que poderão assim, desta maneira, subir mais facilmente na vida – não faltam exemplos na SIC, a Daniel Oliveira, e na TVI, a Cristina Ferreira –, há uns que resistem. Sem medo. Com frontalidade. No dia de aniversário da estação de Queluz de Baixo, Fernanda Serrano foi contra a corrente. Na sua conta de Instagram, felicitou a casa onde trabalha, mas aproveitou também a ocasião para agradecer a Fátima Lopes, que, em janeiro, preferiu bater com a porta a perder a dignidade. “Obrigada, Fátima, por teres sempre mostrado o melhor de mim! Ofereceste-me desafios e entusiasmo na TVI! Também fazes parte da festa da estação! Temos saudades tuas.” O post de Fernanda teve apenas
likes de dois rostos conhecidos da TVI: Isabel Figueira e Mónica Jardim – parabéns pela “ousadia”. Este facto é um pouco revelador do que são as pessoas, a começar pelo mundo da televisão. Se a atriz tivesse escrito que os sapatos da diretora eram espetaculares, certamente (quase) todas as estrelinhas teriam ido lá bater palmas. Enfim, Fernanda confirmou ser uma mulher grata, “corajosa”, de valores. E isso, para mim, vale mais do que o talento excecional que apresenta na novela
Amar Demais, com a sua Vanda.
2. No mesmo sentido, Maria João Abreu mostrou também ter coluna vertebral. Aproveitando o palco do programa Estamos em Casa, no sábado, 20, dia do último episódio de Golpe de Sorte, a atriz disse que, se houvesse mais temporadas, “se calhar, passava às 03:00 da manhã”. Não foi preciso dizer mais nada para assumir a sua desilusão com o trajeto da série na SIC. Tem razão. Esta aposta de ficção acabou muito maltratada por Daniel Oliveira.
3. Gostei da operação de aniversário da TVI na informação. Boas ideias, alguma dinâmica. Mas isso não chega. As audiências dos jornais estão longe de alavancar a estação para a liderança das audiências.
É o preço alto a pagar por, na cúpula da redação, se optar por abrir as notícias com as eleições da Catalunha… em vez, por exemplo, do drama da Covid-19 em Portugal.