TV Guia

DANIEL, SERVIÇO PÚBLICO NO LUGAR DA RTP... NÃO!

- POR LUÍSA JEREMIAS DIRETORA DA TV GUIA

Eu cresci nos anos 80. Eu, como meio Portugal que viveu essa época, adorava o Passeio dos Alegres, que trazia as estrelas internacio­nais de quem era fã, o Vivámusica. Eu ia ao cinema ver os filmes do Eddie Murphy, os Indiana Jones, e o Regresso ao Futuro do Michael J. Fox. Eu vivi isso tudo, sim, e acho graça, de vez em quando recordar – até porque essas memórias não se perdem. A direção de Programas da SIC também deve achar – até porque alguns dos que trabalham com Daniel Oliveira são da minha idade. Estamos todos no mesmo barco no que toca a memórias. Não estamos é nada de acordo com uma invenção para as tardes de sábado intitulada – exatamente – Regresso ao Futuro e que é um desastre total, especialme­nte quando comparado com a animadíssi­ma concorrênc­ia da TVI. É que todo o programa parece velho. E não é nos temas e nos convidados. É no tom: lento, enfadonho, que dá vontade de ir ali à cozinha tirar um café, voltar passada uma hora e estar tudo igual. Lamento dizer isto porque a ideia é gira. Mas a concretiza­ção é uma tragédia. E já passaram semanas suficiente­s para perceber que não funciona, que leva “tareia” semana após semana do Em Família, e que, dadas as caracterís­ticas, já devia, na minha modestíssi­ma opinião, ter saído do ar há muito tempo. Ora, se a ideia da SIC é fazer serviço público no lugar da RTP, lamento informar que não é esse o seu papel. Pode ficar-lhe bem mas é um canal que existe para agradar aos espectador­es e, a ver pelas audiências, estes não estão nem agradados nem convencido­s de que “recordar é viver”. Mais: na posição de líder em que se encontra, não se pode dar ao luxo de atirar uma tarde de sábado para o lixo com uma produção com custos mais altos do que se estivesse a passar um filme – que daria os mesmos resultados. Perder por perder, poupava dinheiro. Se for para ganhar... então mais vale começar a pensar em substituir a sério. E, já agora, encontrar rostos femininos dinâmicos, que façam mexer. Já sei, estão a fazer experiênci­as nas manhãs de fim de semana. Pois, porque Diana Chaves e Cláudia Vieira são uns amores. Mas falta-lhes o fator “tchan”. Ele existe no canal. E está testado. E tem nome: Sara Matos. Posto isto, não digo mais nada que não sou paga para dar ideias aos outros. Só opinião aqui.

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