DE CATARINA A RÚBEN
1. Catarina Furtado podia vender sapatos, perfumes, despir-se, mostrar futilidades do dia a dia para ter um milhão de seguidores no Instagram, podia até, se calhar, ter um cargo de direção numa estação. Ou podia limitar-se a viver simplesmente do trabalho no pequeno ecrã. Mas não. Apesar de ser uma estrela da televisão, há três décadas!, com uma carreira sólida, coerente e valiosa, isso está longe de a realizar. Catarina vinga acima de tudo como mulher, na sua luta por um mundo mais justo e solidário – escrevo mundo porque, como se sabe, é embaixadora da Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População. Há dias, a sua associação, Corações com Coroa, fez 9 anos de existência, e Catarina assinalou o aniversário na Fundação Calouste Gulbenkian. Reunidas personalidades de vários quadrantes da sociedade portuguesa, discutiram-se propostas, estudaram-se soluções, apresentaram-se resultados. Destes, destaco dois: 31 bolsas de estudo atribuídas a jovens raparigas com aproveitamento escolar e em risco de abandonar o ensino formal, por se encontrarem em situação de vulnerabilidade social; e as consultas de psicologia, de serviço social, de apoio jurídico e parentalidade positiva disponibilizadas a mais de 600 pessoas. Notável.
2. O secretário de Estado adjunto e da Energia escreveu um post no Twitter, entretanto apagado, em que classificou o Sexta às 9, programa da RTP1 conduzido por Sandra Felgueiras, de “estrume” e de “coisa asquerosa”. Se já conhecíamos a
João Galamba muita coisa, pelas piores razões, ficámos agora a saber que a palavra democracia também lhe merece pouco valor. Vale-nos, talvez, o consolo da escassa credibilidade que tem no País e no seu próprio partido para não ser levado (muito) a sério.
3. Escrevi aqui, na semana passada, que o comunicado da TVI a dar conta da “vitória estrondosa” de All Togehter Now frente a Hell’s Kitchen, a primeira, era ridículo, precisamente num dia em que a estação tinha perdido por cinco pontos para a
SIC. Pois bem, no último domingo, o concurso de Cristina Ferreira voltou a ficar atrás do chef Ljubomir Stanisic. Não há ninguém em Queluz de Baixo que aprenda com Rúben Amorim?