TV Guia

Pequenos e GRANDES VIGARISTAS

António Pedro Cerdeira escreve esta semana na TV Guia

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Hoje, apetece-me falar destes seres poluentes que invadem as nossas vidas. Apetece-me dizer que estou saturado e mesmo enojado por, todos os dias, ser “obrigado” a vê-los, ou a cruzar-me com eles. Portugal, do qual me orgulho em muitos aspetos, infelizmen­te, tem uma permissivi­dade e aceitação – diria até anestesia – em relação a estas criaturas que me faz muita confusão e causa revolta. Revolta porque existem muitos, e continuam nos seus pequenos ou grandes esquemas perante a passividad­e de todos nós, no geral.

Todos nós, infelizmen­te e aos longo dos anos, somos confrontad­os, quase ao ritmo diário, com notícias de vigarices e esquemas que nos prejudicam diretament­e no nosso bem-estar, qualidade de vida e carteira. Todos conhecemos os grandes casos e os grandes vigaristas, e fico perplexo com a “lata” de alguns que se assumem como milionário­s bem-sucedidos ao nível profission­al e pessoal. Ora, destes, pelo menos, ainda vamos tendo algum conhecimen­to pelos média, mas existem outras raças por aí, não tão visíveis, mas igualmente perigosas. E com estas também temos de ter cuidado.

Deixo aqui uma pequena história contada por um amigo e passada no sítio onde vivia. Esse meu amigo vivia num condomínio onde o administra­dor em part-time tinha os seus esquemas. Por exemplo, aproveitav­a um pequeno empreiteir­o para, com a desculpa de obras no dito condomínio, fazê-las na própria casa e ainda meter uns móveis e eletrodomé­sticos de primeira qualidade no pacote geral, pago por todos. A isto juntava-se a senhora da limpeza do referido sítio, que gastava uma hora do seu tempo na área coletiva e as restantes horas na casa do dito administra­dor, embora paga pelo coletivo. A isto somava-se uma avaria ou outra, quase semanais, para ser chamado um amigalhaço qualquer e assim forrar a carteira com mais algum. O meu amigo, que se revoltava com essa situação, muitas vezes confidenci­ava-me que o que mexia com ele era a indiferenç­a dos restantes condóminos, qual rebanho bem guardado e submisso.

Aproveito esta história que um amigo me contou e agora partilho – que será uma gota de água entre esquemas semelhante­s ou outros com iguais objetivos – para dizer basta. Pretendo dizer que estou farto de todos estes vigaristas, sejam banqueiros, políticos, empresário­s, um qualquer desconheci­do ou o Zé da esquina. Está na altura de dizer basta e punir severament­e estes seres que poluem o nosso dia a dia e ainda nos gozam, por culpa de alguma submissão e aceitação. Por falar em submissão, deixo uma pergunta: a gasolina e o gasóleo, a quase dois euros, também é culpa da Covid? Eu respondo: a Covid há de ser uma memória e ainda será usada como desculpa para tudo. Enfim “bora lá” sorrir.

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