DRAMAS coloniais
Johnny Depp é um coronel sanguinário determinado a usar todos os meios para travar uma anunciada batalha entre os nativos do deserto e o seu exército imperialista. Uma interpretação a valer elogios
Ocolombiano Ciro Guerra (O Abraço da Serpente, nomeado para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2015) salta agora para um outro patamar: a grande produção com grandes estrelas mundiais e falada em inglês, a sua estreia. À Espera dos Bárbaros, adaptado do romance homónimo de J. M. Coatzee, é um filme que abraça a tradição e o formalismo dos grandes épicos para pintar um quadro sobre a sensação de pertença no deserto, quase uma descendência de Lawrence de Arábia. Numa povoação colonizada nos confins de um império pouco ou nada se passa até ao dia em que o sinistro Coronel Joll (Johnny Depp, numa interpretação ovacionada pela crítica) é para lá mandado pelo governo central para obter - a todo o custo, incluindo tortura - informações sobre uma tentativa de invasão dos nativos – os “bárbaros”. Pela frente encontra a oposição do magistrado local, que não vê ameaça no horizonte.