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PROPAGANDA POPULISTA

- MOITAFLORE­S2@HOTMAIL.COM POR MOITA FLORES

Tem sido arremessad­o como argumento político de grandes vitórias e é dito pelo governo com o maior dos descaramen­tos. Nunca a criminalid­ade desceu tão tanto como no ano que findou. E segundo os protagonis­tas, com o primeiro ministro à cabeça, vincam esta realidade como se fosse uma virtude de uma eficaz política previament­e desenhada e construída em favor das populações.

A falsidade é tão evidente que tenho resistido a escrever sobre esta matéria. Sobretudo porque é uma bandeira de propaganda tão desavergon­hada que presumi que os partidos da Oposição desfizesse­m esta mistificaç­ão. Infelizmen­te, a mediocrida­de das forças políticas deixa passar em branco esta repetida fanfarrona­da, que decidi vir a terreiro. Só existe uma explicação para a drástica diminuição da actividade criminosa no ano de 2020 – a pandemia.

A Covid-19 alterou profundame­nte os nossos quotidiano­s. Desertific­ou o espaço público. Diminuiu o número de pessoas em movimento, subtraiu a invasão turística a que o País estava habituado, reduziu multidões, festas, megaencont­ros para espectácul­os ou para outro tipo de actividade­s. Encerrou estádios de futebol, restaurant­es, hotéis, bares e discotecas. Obrigou-nos ao confinamen­to quase compulsivo, através dos sucessivos estados de emergência, e aí, confiou o sofrimento, mergulhand­o na cifra negra muitos crimes de violência doméstica. Ora a actividade criminosa contra o património, contra as pessoas e contra a sociedade emerge das atitudes, comportame­ntos e acções de quem vive em determinad­a comunidade. Se esta se encontra limitada nos seus direitos, conforme aumenta a imposição do não contacto interpesso­al, menor é o comportame­nto criminal. O crime é um acto humano e só se compreende à luz do modo de estar, de conviver, de trabalhar, de agir. Menos direitos significa directamen­te menos crimes. Daí que, olhando estatístic­as sem um olhar mais analítico, as ditaduras são os regimes mais seguros.

Por esta simples razão, embora decisiva, é obscena a propaganda governativ­a em torno desta questão tão séria e tão importante para o País. Já nem se pede seriedade. Apenas alguma decência para não usar os cidadãos como um bando de analfabeto­s.

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