Como nasce um FLOP
Chama-se O Amor Acontece e foi mais um ato falhado da TVI. Não aguentou o ritmo da concorrência e sairá do ar pela porta pequena. Mais um formato a morrer para o público português no cemitério da programação em que se transformou a estação. A história da escolha deste formato é elucidativa da vida do canal. Sem sucessor certo para o All Together Now, apesar de o concurso de Cristina Ferreira ter durado 17 semanas no ar, os responsáveis da TVI viram-se sem alternativas razoáveis. Resultado: aprovaram à pressa um formato apenas testado na Holanda e em Inglaterra, num canal pequeno, a ITV2 ( creio que entretanto também houve uma breve incursão no mercado sueco). Faltava massa crítica para uma avaliação mais certeira. Mas o criador é John de Mol, e este cartão de visita foi suficiente para a decisão final, perante o risco de a TVI se ver com buraco na grelha, ao domingo, e às 19 horas. A pressa foi, naturalmente, má conselheira. Let Love Rule, assim se chama o original, foi anunciado no final de abril. A 29, Cristina Ferreira dizia ao site da Media Capital que “chegou a altura de promovermos encontros”. Dia 4 de julho estava no ar. Dois meses para montar um reality show. Uma operação-relâmpago que não deve ter ficado barata, e cujo sucesso foi nulo. Esta coluna procura descodificar os fenómenos televisivos. O leitor já pode entender um pouco melhor como nasce um fracasso.