Solidariedade ÚNICA
Zarifa Ghafari contou a sua história e recordou os momentos que antecederam saída do Afeganistão. “Nada me causou mais dor do que abandonar o meu país. Custou-me mais que a morte do meu pai”
Catarina Furtado, presidente da Associação Corações com Coroa convidou Zarifa Ghafari para visitar Lisboa. A afegã, que aos 27 anos de idade fugiu do seu país para a Alemanha depois das forças internacionais terem saído e os talibãs terem tomado o poder pela força, foi a mais jovem presidente da câmara do Afeganistão e por essas razões foi perseguida, temendo pela sua vida, após ter sofrido três tentativas de assassinato e ter visto o seu pai a ser morto. “Eles mataram o meu pai só para me calar, isso nunca vai acontecer, para me calarem vão ter de me matar”, afirmou a afegã. A ativista revelou que apenas conseguiu trazer o uniforme do trabalho, alguns vestidos e um chapéu militar do pai, “Deixei todos os documentos no meu gabinete, todos os certificados da universidade, tudo, nem um documento consegui trazer”. Zarifa admitiu que a meta a atingir é voltar a casa e sentir liberdade, mas que só vai voltar quando conseguir alcançar o empoderamento das mulheres e os direitos que estas têm como seres humanos.
CATARINA DESTACA DIA “INCRÍVEL”
“Os direitos Humanos são todos os dias violados e nunca estão garantidos. Todos vivemos numa humanidade partilhada e não devemos fingir que não nos chega a informação certa e suficiente”, defendeu Catarina Furtado, que admitiu ter vivido “um dia absolutamente incrível” junto da afegã. Entretanto, a associação presidida pela apresentadora e a Cruz Vermelha criaram um fundo para apoiar mulheres e crianças refugiadas.