PORQUE É QUE O AGRICULTOR GANHA?
Se a TVI tem razões para sorrir com os resultados dos últimos tempos – do Jornal das 8, da novela Festa É Festa,
de Goucha nas tardes, com o “bolo” geral de audiências que garante ao canal a aproximação da SIC –, o mesmo não se pode dizer com o suprassumo do “nunca falha” da estação: o reality show Big Brother.
O que se passa com o formato nesta edição? O que faz com que perca para o “mais do mesmo” Quem Quer Namorar com o Agricultor?
A resposta é fácil de encontrar para quem, no último domingo, tenha estado em frente ao televisor “zappando” entre SIC e TVI ao longo do serão. O que tivemos? Comecemos pela SIC. A estação estreou a nova temporada do formato com tudo a que tinha direito: paisagens lindas de Portugal, imagens bem captadas, músicas (bem escolhidas e conhecidas) que o espectador identifica de imediato e até pode “trautear” em casa se lhe apetecer. Para além disso, os rostos já conhecidos dos mais carismáticos – ou, se preferirmos, cromos – agricultores. Ou seja, cor, cor e mais cor Instagram – ao melhor estilo da novela Nazaré, lembra-se? –, cinco histórias contadas de forma engraçada e ritmada, sem que umas atrapalhem as outras. E, de tal forma, o formato continua a estar bem editado e a apresentar-se de forma simples mas engraçada aos espectadores, que quase nos esquecemos de que a sua essência é a mesma da de um talho, onde os bifes são apresentados ao comprador para que possam ser escolhidos os mais “apetecíveis”. Adiante que sobre isto já falámos o suficiente no passado e, pelos vistos, é disto que Portugal gosta. Adiante...
E o que temos na concorrência? O programa com todas as características para ser líder, o rei dos reality shows,
sem luz e sem ritmo. Não, não é a luz da casa. Essa é suficiente, embora plástica, comparando com as últimas três edições. O estúdio está morno (já estava nas anteriores), mas o que incomoda é a correria e aquela sensação inexplicável de “vamos lá despachar isto que temos mais o que fazer”. Quando o BB é tudo menos despachar. É ouvir, é brincar, é especular, é perguntar e é, sobretudo, emoção. Quando esta voltar, talvez regressem as audiências. Até lá, a SIC reclama liderança no domingo.