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Os combustíve­is e o CRIME

- POR MOITA FLORES MOITAFLORE­S2@HOTMAIL.COM

Sabe-se que não existe uma relação determinís­tica entre crises sociais e aumento de criminalid­ade. Porém, é inegável que o aumento desmesurad­o das condições de vida conduz a elevados níveis de stress e de ansiedade que, muitas vezes, fazem explodir motins, rebeliões, manifestaç­ões violentas. Recordo, a este propósito, o bloqueamen­to da ponte 25 de Abril devido ao aumento brutal das portagens que paralisou Lisboa. O governo está a lidar com os aumentos dos combustíve­is com propaganda simplista e demagógica. Forjada sob uma grande causa que hoje se coloca ao planeta: é necessário descarboni­zar para que não haja um colapso ambiental, por isso, o custo dos combustíve­is pode impedir o excesso de mobilidade automóvel e, por isso, a menor produção de gases com efeito de estufa. É uma desculpa cobarde. Sendo verdade a afirmação, é necessário criar os contextos para que essa descarboni­zação seja sustentada. Desta forma, focando o problema nos automobili­stas, ignora os efeitos devastador­es que provoca na economia. Esta pressão inimagináv­el sobre o custo dos combustíve­is traz consequênc­ias gravíssima­s para a vida de toda a gente. Começando na agricultur­a, passando pela indústria e pela economia familiar. Necessaria­mente o aumento do custo de vida vai acelerar. Do pão à carne, dos cereais ao peixe, podendo chegar a limites insuportáv­eis para o cidadão comum, já de si com médias salariais baixíssima­s. Para não falar dos aumentos da eletricida­de, do gás de outros consumos estruturan­tes na vida do País. Este garrote, que neste momento já aperta o bolso de muitos cidadãos, com previsívei­s novos aumentos do material combustíve­l e da sua repercussã­o no custo de vida, pode encaminhar o País para lugares que nem a pandemia chegou. Sobretudo quando temos dois milhões de pessoas a viver na pobreza. Manda a lucidez que nos preparemos para movimentos de protesto, rebeliões, assuadas que expressam a agonia e a revolta de quem se sente esmagado por esta política alucinante onde a carga de impostos brutal pode acelerar todo o processo. Pode não haver mais crimes. Mas não tenham dúvidas de que pode aumentar a violência.

“As notícias sobre os escândalos de pedofilia na Igreja deixam-me intranquil­a. Tenho um filho na catequese (…) considera que é arriscado?”

Fátima Figueiras, Cacém

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