TV Guia

OS MEUS GLOBOS

- POR PAULO ABREU

1. Podia falar da intervençã­o infeliz de Lourenço Ortigão na passadeira vermelha do Coliseu com Bárbara Guimarães – que pediu “um minuto de silêncio” pela honra de estar ao lado da antiga estrela da SIC. Podia falar do (mau) look de Clara Sousa – tantos meses a prepará-lo para aquilo? –, com todo o respeito por João Rôlo. Ou podia falar ainda de Ivo Lucas, que se tornou estranhame­nte uma revelação em Portugal, aos 32 anos. Mas não. Prefiro falar das coisas boas da XXVI gala dos Globos, vista por 1 milhão e 272 mil espectador­es. Que grande evento da estação de Paço de Arcos, com glamour, beleza e sensualida­de, a premiar o que de mais extraordin­ário se faz no nosso país, desde a televisão ao teatro, passando por cinema, moda e música.

Dos vários momentos da noite – mais de duas horas de emissão –, destaco meia dúzia: a emocionant­e homenagem a Eunice Muñoz, com a neta em palco a declamar versos do poema Um Dia, de Natércia Freire; o trabalho talentoso de Joana Marques, que soube brincar com todos sem pisar o risco – o que é muito difícil de conseguir; as críticas do produtor de A Metamorfos­e dos Pássaros, Pedro Fernandes Duarte, à falta de apoios do Estado e da Câmara de Lisboa à cultura – com Pedro Adão e Silva e Carlos Moedas sentados na primeira fila; o discurso político de Dino d’Santiago, que vai criar um projeto único na escola que frequentou – uma das piores do ranking do País –, provando que na hora da glória não se esquece das suas raízes; a presença do senhor Manuel Luís Goucha, nomeado para a categoria de Personalid­ade do Ano – um dia, perceberá que também faz falta nas festas da sua estação; e, por fim, a nobreza e a educação de José Fragoso (RTP) e de José Eduardo Moniz (TVI) em aceitarem o convite do líder de audiências para estar na cerimónia, que serviu também para exaltar os 30 anos de vida da SIC.

2. Passou nesta quarta-feira, dia 5, o terceiro de seis episódios de Cuba Libre, série da RTP1 que conta a história de Annie Silva Pais, a filha do último diretor da PIDE que foi para a ilha de Fidel Castro e do “adotado” Che Guevara lutar pelos ideais da revolução. Beatriz Godinho é a protagonis­ta, graças à gravidez de Sara Matos, e é mais um (novo) talento na ficção nacional. Bem-vinda!

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