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LUÍSA SALGUEIRO

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Por regra, não comento casos, nem casinhos, políticos que inundam a comunicaçã­o social com base em ações do Ministério Público que visam este ou aquele político. Sei o que a casa gasta e sei que a maioria das notícias baseadas na terminolog­ia, o Ministério Público (MP) acredita, carecem de confirmaçã­o quando essa fé do MP é submetida a escrutínio judicial. O MP acredita dá boas notícias mas raramente dá grandes sucessos quando chegam a tribunal. É que a própria formulação, o MP acredita, é a negação do próprio Estado de Direito. É a remissão para os tempos inquisitor­iais, onde ardiam fogueiras, porque os inquisidor­es acreditava­m. O novo tempo exige mais do que crenças. Exige provas. É para isso que foi construído o MP democrátic­o. Para encontrar provas e articulá-las por forma a serem entendidas e julgadas por juízes e não para a propaganda perversa, que atinge a honorabili­dade dos mais distraídos porque…o MP acredita! Vem isto a propósito de Luísa Salgueiro, presidente da Câmara de Matosinhos e da Associação Nacional de Municípios. Não conheço a senhora. Apenas da sua intervençã­o pública. Viu o seu nome a ser conspurcad­o na praça pública porque existe um procurador “que acredita” que ela terá nomeado a sua chefe de gabinete para fazer favor político e sem concurso público para o lugar. A ser verdade esta suspeição, e não estar outro motivo para a constituir arguida, estamos perante um verdadeiro caso de assassinat­o político e pessoal e perante um procurador que revela a mais funesta ignorância. Nem vale a pena mobilizar leis para repudiar esta alarvidade processual. O cargo de chefe de gabinete, em qualquer órgão de soberania, não carece de concurso público. É de confiança pessoal. Desde o 25 de Abril devem ter sido nomeados milhares de chefes de gabinete em governos e em autarquias e não há, de certeza, um único concurso público. É cargo transitóri­o, sem vínculo para além do tempo de exercício que pode terminar uma semana ou um ano depois. O procurador ‘acredita’ que não é assim, mas não sabe que é assim. E sem pudor atira com a senhora para a fornalha da má-língua. Tal como nos tempos antigos.

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