PÓDIO MESMO ALI…
Luiz Felipe Scolari, o “Sargentão”, será, para sempre, mesmo para os mais críticos, um nome incontornável na história da Seleção Nacional. Aposta firme de Gilberto Madaíl – surpreende-me que a atual estrutura da FPF o tenha votado ao ostracismo, ele que foi o principal impulsionador, aproveitando muitíssimo a aura de CR7, daquilo que é hoje o potentado federativo –, o homem que levou o Brasil ao “penta” teve o mérito, entre outros, de ganhar os adeptos para a causa do selecionado. Foram milhões a colocar a bandeira lusa na janela, muitos ainda a mantêm. Embalada pelo desempenho no Euro’ 2004 – ainda correm lágrimas pelo desaire na final com a Grécia –, Portugal apura-se para o Mundial 2006 sem derrotas: 9 vitórias e 3 empates! Um deles com o Liechtenstein (2-2), que deu demasiado brado, mas rapidamente “apagado” com uma estrondosa vitória frente à Rússia, em Alvalade, por números escandalosos: 7-1! E na Alemanha, a qualidade manteve-se: quarto lugar. Melhor classificação de sempre depois de 66.
Marienfeld, localidade nos arredores de Bielfeld, foi a casa de Portugal durante quase todo o Mundial e, mesmo com todas as restrições que normalmente rodeiam a preparação das seleções, a romaria lusa era diária. Quase todos ficavam à porta, mas recordo bem o dia em que recebeu a visita de uma das maiores figuras da nossa democracia: Jorge Sampaio, infelizmente já desaparecido, então Presidente da República. Aquele cafezinho com Scolari, Murtosa e Carlos Godinho deve ter-lhe sabido muito bem…
E no relvado? Bom, aí Portugal brilhou e viveu jornadas incríveis: apurou-se para os oitavos de final só com vitórias, situação inédita até hoje, sobreviveu à batalha com a Holanda – quem não se lembra da patada de Boulahrouz em CR7, que quase o fazia regressar mais cedo a casa? –, levou, mais uma vez, a melhor sobre Inglaterra na decisão por pontapés de penálti – Ricardo voltou a brilhar –, mas na meia-final, com a França, a então besta negra, não resistiu ao golo de castigo máximo de Zidane. Depois, no derradeiro confronto o desaire com a Alemanha… foi um cumprir de calendário.
Nunca Portugal, depois de 66, tinha ficado tão perto do pódio e o ambiente daquele mês alemão… Onde sobressaiu outra figura da democracia. Sim, ele mesmo: Marcelo Rebelo de Sousa. Cidadão comum, que como eu, adora a Seleção! Porque Scolari deu um forte impulso a isso!