TV Guia

Alerta de ANSIEDADE

O humorista viaja muito pelo País e ilhas, em trabalho, e está muitas vezes longe da mulher e das filhas, que já não cobram as suas ausências. Um dos rostos da discussão sobre saúde mental anda a ajudar os que precisam

- TEXTO HUGO ALVES | FOTOS BRUNO COLAÇO

Viver na estrada, com espetáculo­s regulares um pouco por todo o País e ilhas, acumulados com um podcast, apresentaç­ão de eventos e participaç­ões em produtos televisivo­s, leva a que António Raminhos, de 42 anos, com três filhas, Maria Rita (11), Maria Inês (9) e Maria Leonor (5), tenha de ter a vida bem planeada. “Tem de haver planeament­o. Eu e a Catarina [a mulher] fazemo-lo à semana. Não é uma folha de Excel, mas quase. Temos de nos sentar e ver tudo o que vai acontecer durante a semana, porque isto é muita gente cá em casa”, conta o humorista à TV Guia.

Claro que isto leva a muitas ausências de casa, mas António Raminhos sabe que as filhas “já compreende­m” o seu trabalho: “E não cobram… Porque quando estou em casa estou mesmo. Fazemos muita coisa juntos! Brincar, agora é que só com a mais nova, porque as outras querem outro tipo de atividades, tipo ir à bola, ao cinema, passear. Mas como sabem que, quando estou em casa, sou delas… É só aproveitar.”

ÉPOCA DRAMÁTICA

Entretanto, para o humorista chegou uma época de ansiedade, ele que sofre de Perturbaçã­o Obsessivo-Compulsiva e defende a discussão sobre saúde mental. “O Natal é um gatilho”, alerta, acrescenta­ndo: “Em vez de andar nesta correria de compras, um foco enorme de ansiedade, vou comprando as coisas ao longo do ano. Tem de ser. E como as miúdas já não pedem brinquedos, é mais simples.” De resto, nesta altura do ano, António Raminhos diz receber imensos pedidos de ajuda, por ser uma das poucas pessoas a falar abertament­e de saúde mental. “Tem sido benéfico, para mim, fazer partilhas. Há sempre alguém que fica a entender o que é viver assim. E também abre portas para as pessoas pedirem ajuda. Mas a primeira coisa que digo é que não sou terapeuta nem psicólogo. Normalment­e, envio o pedido para alguém especializ­ado, que possa auxiliar mesmo.” ●

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