ALTAMENTE motivado
Tem, desde jovem, o sonho da cozinha. Passou por hotéis onde se sentiu escravizado. Passou a ser serralheiro. Infeliz, abriu um restaurante, que fechou pouco depois por causa da pandemia. Só que o MasterChef mudou tudo
Lionel Martins, 29 anos, que veio de Cabreiros, uma freguesia rural do concelho de Braga, para o MasterChef (RTP1), já foi dono de um restaurante, mas foi tramado pela pandemia. “Tinha aberto o restaurante meses antes da Covid-19, ainda nem se falava nisso. Veio a Covid e ficámos todos parados”, diz à TV Guia, explicando que, com a ajuda de amigos, nessa altura, confecionou 40 refeições para dar aos profissionais do Hospital de Braga que estavam na linha da frente ao combate ao vírus: “Tinha o material e achei por bem gastá-lo para não se estragar.”
Ainda adolescente, Lionel ingressou num curso de cozinha e pastelaria, a sua paixão, mas o sonho não lhe correu bem. “Fiz estágio, ainda trabalhei num sítio, mas as coisas não tiveram saída e fui trabalhar para uma serralharia. Trabalhei nos hotéis Bom Jesus e Meliá, mas as coisas não correram bem, porque éramos um bocado escravizados. Não tinham respeito por nós. Achavam que éramos carne para canhão. Trabalhávamos horas seguidas, não tínhamos vida, não descansávamos”, acusa, revoltado.
Entretanto, torna-se patrão, e as horas a mais eram motivação e não frustração. Só a pandemia atrapalhou os planos. Planos que voltaram a estar em cima da mesa. Agora, Lionel está outra vez no seu espaço de eleição, pois apostou no negócio da restauração... na casa dos pais. “Está tudo funcional. Depois de aparecer no MasterChef, estou a fazer uns serviços por marcação, até 40 pessoas, e está a correr bem. Estou sempre lotado aos fins de semana. A partir de fevereiro, volto a funcionar como restaurante e o nome Altamente é um dos que estou a equacionar”, revela o concorrente do formato da RTP1, assumindo com gratidão: “A visibilidade que o programa me deu faz com que as pessoas me procurem.” ●