TV Guia

O lugar para SE SER FELIZ

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Peço desculpa, só mais dez segundos para eu descer do ramo desta minha mangueira. Upa, mais um passo… pronto, já está! Volto sempre ao ramo da minha mangueira, lugar onde fui e voltei a ser feliz. É aqui que gosto de subir, de me aninhar e de ficar, entre a terra e o céu, a ler livros.

Na minha vida profission­al, trabalhei no cinema, da Cinemateca à produção de filmes, e trabalhei na televisão, 13 anos na

SIC, de que fui director de Programas durante quatro anos. E, no entanto, se alguém caísse na asneira de me pedir conselhos, não espere que eu o mande para o escurinho da sala de cinema, ou lhe peça que se alape, com a mantinha e as pipocas, a ver séries de televisão, mesmo as da HBO ou da Netflix. O que eu peço logo é que abram os braços à felicidade e não há nessa nossa ideia de matarmos o tempo, escapando da vida para o sonho, nada melhor e mais exaltante do que a leitura. Os livros são uma espécie de escadaria que nos leva, em vida e no planeta terra, a um certo paraíso. Com vantagens.

Leiam, leiam muito, e ganharão, como um estudo da Science & Medicine provou, a expectativ­a de uma vida mais longa. Em particular depois dos 65 anos, a leitura de livros traduz-se por um ganho de anos de vida. Talvez ou também porque a leitura de livros gera no leitor uma maior empatia com a vida e com os outros e porque trava o declínio cognitivo.

O livro, esses livros que eu leio na minha mangueira e que os meus leitores podem ler na cama, na banheira, no jardim ou no metro, dão-nos mundo: a leitura faz-nos viajar (mesmo a lugares imaginário­s, que não existem), e permite-nos experiment­ar sensações íntimas, que a rapidez do cinema e da televisão, não conseguem gerar.

Ah, vai dizer-me que é ainda novo ou nova, e que tem tempo para isso tudo. Desengane-se, se não ler, o seu vocabulári­o vai ficar mais pobre, a sua capacidade de expressão mais rasteira, e isso vai limitar o seu potencial, tanto na sua vida emocional como profission­al. Um americano médio, essa gente que temos a mania que não sabe nada, lê um livro por mês, 12 por ano. É fantástico comparado com a miséria da leitura em Portugal. Será essa uma das razões do nosso atraso? Ajude-se e ajude o País: leia. Não só viverá melhor, como, garanto-lhe, dormirá com outro enlevo e um pingo de felicidade. ●

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Se não ler, o seu vocabulári­o vai ficar mais pobre, a sua capacidade de expressão mais rasteira, e isso vai limitar o seu potencial.
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Histórias de uma Revolução: SIC 20 Anos, Os Bastidores da Informação, ao lado de Francisco Pinto Balsemão e de Alcides Vieira.
Como director de Programas da SIC, na apresentaç­ão da nova grelha da estação de Paço de Arcos para a rentrée, em 2005. Herman José era uma das suas muitas estrelas.
Feliz com mais um livro lançado pela sua editora, Guerra & Paz, És Meu, Disse Ela, da autoria do músico António Manuel Ribeiro, apresentad­o por José Jorge Letria, presidente da SPA.
Manuel S. Fonseca no lançamento do livro Histórias de uma Revolução: SIC 20 Anos, Os Bastidores da Informação, ao lado de Francisco Pinto Balsemão e de Alcides Vieira. Como director de Programas da SIC, na apresentaç­ão da nova grelha da estação de Paço de Arcos para a rentrée, em 2005. Herman José era uma das suas muitas estrelas. Feliz com mais um livro lançado pela sua editora, Guerra & Paz, És Meu, Disse Ela, da autoria do músico António Manuel Ribeiro, apresentad­o por José Jorge Letria, presidente da SPA.

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