O livro da POLÉMICA
Na Sombra inclui pormenores sobre as discussões com o irmão William, os conflitos entre Kate e Meghan e as missões no exército britânico, entre muitos outros temas, reabrindo feridas dentro da casa real britânica
Chegou finalmente às bancas o tão aguardado livro de memórias do príncipe Harry, Na Sombra, confirmando-se os piores medos da realeza britânica. Ao longo das mais de 500 páginas da obra, editada em Portugal através da Objectiva, o duque de Sussex abre o jogo em relação a vários desaguisados familiares, potencialmente queimando as pontes que restavam com o pai, o rei Carlos III, e o irmão, o príncipe William.
No clímax de Na Sombra, Harry relata uma discussão violenta com William, numa altura em que ele e Meghan se encontravam sob marcação cerrada dos tabloides e com uma relação cada vez mais complicada com os duques de Cambridge. Segundo Harry, William abriu a conversa apelidando Meghan de “difícil, antipática e mordaz”, passando depois para uma troca de argumentos que escalou até William pegar em Harry pelo colarinho, atirando-o ao chão.
Numa situação anterior, é referida uma contenda entre Kate Middleton e Meghan Markle. A princesa de Gales afirmara que a ex-atriz feriu os seus sentimentos ao dizer que Kate não se recordava de algo por ter “cérebro de bebé”, fruto das hormonas resultantes de ter dado à luz há pouco tempo. “Não somos próximas o suficiente para falares sobre as minhas hormonas”, reclamou Kate, que foi apoiada por William.
MATOU 25 TALIBÃS NO AFEGANISTÃO
Ainda assim, nem foi só sobre o denominado Megxit que o livro originou controvérsia. Harry debruça-se de forma extensa sobre o seu tempo no Afeganistão a lutar contra os talibãs, enquanto membro do
exército britânico, no qual serviu durante 10 anos. Neste livro, o príncipe não se acanhou de dissertar acerca do número de inimigos que matou: “25. Não era um número que me dava qualquer satisfação. Mas também não era um número que me
envergonhasse”, afirma, com a adenda de que preferia não ter esse currículo militar, mas que também preferia que não existissem os talibãs ou a guerra. Explicou também que não pensava nesses 25 como pessoas, porque de outra forma não as conseguiria atacar, mas como peças de xadrez a serem removidas do tabuleiro. Como consequência, membros dos talibãs já atacaram Harry por estas palavras, nas redes sociais.
A obra tornou-se um sucesso imediato, ganhando o estatuto de livro de não-ficção mais vendido no dia de lançamento na história, com mais de 1,4 milhões de exemplares, somente na versão inglesa.
Com o êxito, todavia, veio um carregado escrutínio e alguns detalhes incluídos por Harry na obra foram contestados por leitores, que encontraram incongruências – numa situação, Harry diz que se encontrava no internato ao saber da morte da rainha-mãe em 2002, quando na verdade estava com Carlos III e William numa viagem de esqui na Suíça.
O polémica jornalista Piers Morgan comentou o lançamento do livro, acusando Harry de ser um “vendido” e de que o livro “é triste, patético e totalmente desnecessário”. ●