FALSIDADES EM LÁ

conversa do costume para minorar fraquezas íntimas. Um homem não é apenas o seu órgão genital e uma mulher não se resume a um útero fértil. Que se note, diz, por aí, quem não sabe da vida, fulano ou sicrano escreve bem, fala bem, toca piano como ninguém, mas no que toca a cama, pois, toca nada ou, então, toca de fininho. O colchão serve para dormir. Atenção, prezados leitores, falamos de criaturas detentoras de flechas consideráveis mas com a terrível particularidade; têm o arco ao estilo gelatinoso que não se endireita, literalmente. Este azar não é exclusivo dos cavalheiros, muito embora lhes seja impossível disfarçar ou mentir, as senhoras também andam totalmente à toa quando a varinha mágica perde a pilha. Conheço algumas que nunca, nunca, nunca conheceram o grito da boa morte. Podem, inclusive, ser contratadas para entrar numa novela televisiva porque são autênticas atrizes especialistas no fingimento. Esperneiam,

torcem o corpo, lançam gemidos fatais tal e qual como se tivessem os dez dedos das mãos entalados numa porta. Os maridos acham-se, coitados, os maiores da selva e, nos finais de tarde, num boteco com imperiais e amigos, enchem a boca para se vangloriar das (tantas) vezes que levaram a esposa ao teto. Levam, levam. O prazer que vos trago este sábado sofre desse mal. Casou com uma fada do lar que é uma aldrabona sexual. Pouco atento, para não o chamar de estúpido, andou iludido anos a fio. Pensava que a esposa estava de estômago cheio. Certo dia, ouviu-a a conversar com uma amiga e só não caiu porque se agarrou a um copo de vinho tinto. Mentia, ela, desde a lua de mel. Antes do casamento, até que marchava. Depois, nestum com figos. Visita-me mensalmente e sai da minha beira a cantarolar de felicidade. Aqui, comigo, não existem inverdades. Se digo que vou a caminho da lua ou se rasei o céu, que ninguém duvide que a Maria dos Prazeres atingiu o cume do prazer.

CASOU COM UMA FADA DO LAR QUE É UMA ALDRABONA SEXUAL. POUCO ATENTO, ANDOU ILUDIDO ANOS A FIO