Visão (Portugal)

PARE, OLHE E DESFRUTE

Da paisagem à gastronomi­a, passando por uma intensa agenda cultural, na vila mais antiga de Portugal há sempre qualquer coisa a apurar os sentidos

- — POR CARLOS RODRIGUES LIMA

Amesa e quatro bancos de pedra ainda se encontram em cima do marco divisório que aponta os limites das freguesias de Calheiros, Cepões, Bárrio e Vilar do Monte. No século XVII, os quatro abades que regiam as localidade­s acordaram sentar-se à mesa e, com as respetivas populações, debater os problemas de cada uma e procurar soluções. O tempo acabaria por apagar a tradição, a qual foi retomada, em 1988, pelas juntas de freguesia. A reunião deste ano ocorre a 15 de junho (o terceiro domingo do mês), contando com uma procissão e festa.

Saborear talvez seja a melhor dica para uns dias em Ponte de Lima. Em cada esquina do muito bem preservado centro histórico da vila, há uma pequena surpresa, seja um restaurant­e com gastronomi­a típica da região – na qual o arroz de sarrabulho se mantém rei incontesta­do, e com uma absurda qualidade em O Gaio –, seja uma pequena mercearia que, estoicamen­te, resiste à invasão das grandes superfície­s comerciais, onde a fruta e os legumes têm cheiro, seja um quiosque de venda de jornais, mesmo à entrada da ponte romana, ou uma Livrearia, onde não há caixa nem funcionári­os. Aqui, se optar por comprar um livro, poderá pagar na padaria, no pronto a vestir ou na farmácia, que se encontram nas imediações.

A digestão de um robusto repasto, acompanhad­o de verde tinto ou branco (dependendo da condição física de cada um), poderá ser feita caminhando pelas margens do rio Lima, até porque, segundo a lenda, Lethes, para os romanos, era o rio do esquecimen­to. Pode ainda caminhar nas ecovias, no sentido de Viana do Castelo, com uma paragem na área protegida das Lagoas de Bertiandos, ou, para norte, a caminho de Arcos de Valdevez. Os passadiços da Labruja e o trilho de monte, em Refoios, no lugar da Vacariça, proporcion­am-lhe vistas únicas do interior e panorâmica­s do vale do Lima. A Lima Valley Tours pode ser uma opção para a descoberta destes recantos naturais.

Já no próximo mês de maio, todo o Alto Minho entra na época de festas e romarias. Em matéria de alojamento, Ponte de Lima oferece, atualmente, várias opções, mas a melhor sugestão, como não podia deixar de ser, passa pelo turismo de habitação, desde as antigas casas senhoriais até ao Moinho da Cruz, um alojamento local atravessad­o por um ribeiro que, noutros tempos, servia de combustíve­l para um moinho. Se, um dia destes, sonhou relaxar protegido por uma vinha, experiment­e o Carmo’s Boutique Hotel.

— DORMIR

Moinho da Cruz

Rebordões, Santa Maria

> a partir de €145

Carmo’s Boutique

Hotel & Spa

R. Santiago da Gemieira, 10 > T. 91 058 7558 > a partir de €234

InLima Hotel & Spa

R. Agostinho José Taveira, 6 > T. 258 900 050 > a partir de €110

— COMER

Taberna Afonso

Lg. Terreiro de São Roque, 51, Poiares > T. 96 522 7056 Restaurant­e O Gaio

R. Agostinho José Taveira, 6 > T. 258 941 251

Restaurant­e Petiscas

Lg. da Alegria >

T. 96 400 6607

Taverna da Vaca das Cordas

R. Beato Francisco Pacheco, 38 > T. 258 741 167

— EXPLORAR

Ecovia nos sentidos de Arcos de Valdevez e de Viana do Castelo

Trilho dos Quatro Abades Teatro Diogo Bernardes Área Protegida das Lagoas de Bertiandos

Festas do concelho

13 a 16 set

 ?? ?? História A 4 de março de 1125, a rainha D. Teresa outorgou o foral que converteu o lugar de Ponte de Lima numa vila. O documento está conservado nos arquivos municipais
História A 4 de março de 1125, a rainha D. Teresa outorgou o foral que converteu o lugar de Ponte de Lima numa vila. O documento está conservado nos arquivos municipais

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