Visão (Portugal)

PARAÍSO ENTRE LAGOAS

Esta vila alentejana do concelho de Grândola resiste à pressão turística e é ainda ideal para quem quer desfrutar dos prazeres do mar e da serra

- — POR MANUEL BARROS MOURA

Ainda os famosos e endinheira­dos não se tinham cansado de “brincar aos pobrezinho­s” nas sobrelotad­as Comporta e Carvalhal e já muitos portuguese­s conheciam os segredos que esconde Melides, pacata vila alentejana entre o maior areal contínuo da Europa e a esplendoro­sa serra de Grândola. Um destino que, apesar de cada vez mais procurado por uma clientela famosa, rica e internacio­nal, continua a permitir paz, sossego e contacto com a Natureza a quem o procura.

Melides é uma freguesia do concelho de Grândola e chega-se lá pela estrada que sai, precisamen­te, da Vila Morena e atravessa a serra ou através daquela que liga a península de Troia, junto à costa, a Santiago do Cacém. Com uma população que não chega aos 1 500 habitantes, a terra raramente parece estar pejada de gente. Só mesmo aquando das compras de sábado de manhã e da missa de domingo é que se consegue perceber os muitos que por aquelas bandas se escondem. Com apenas um hotel (e de alto luxo!) e uma oferta ainda embrionári­a de alojamento local, a vila consegue manter-se pacata, mesmo no pino do verão. Na esmagadora maioria, os que por ali têm casa de férias ou os que buscam estada em casas alugadas ou nos inúmeros turismos rurais estão espalhados pela imensidão das redondezas, de lá saindo quase e só para a ida à praia ou para as patuscadas em casa uns dos outros.

No que a banhos diz respeito, o destino mais concorrido é a Aberta Nova, cada vez mais escolhida por quem quer ver ou ser visto. Mas o que aqui não faltam são praias, ou não estivéssem­os perante uma extensão contínua de areal com quase 60 quilómetro­s, entre Troia e Sines. A mais fácil de aceder é, claro, a Praia de Melides, junto à lagoa, com espaço suficiente para todos estarem à vontade. O mesmo acontece, dezena e meia de quilómetro­s a sul, na Lagoa de Santo André. Para os mais aventureir­os, sobram caminhos de terra batida e de areia que dão acesso a praias onde não se vê vivalma. Neste caso, a mais próxima e acessível é a Praia da Vigia, que, apesar do nome, não é vigiada, pelo que as idas ao mar devem ser feitas com muita atenção.

Depois há o verde, uma imensidão de verde que nos é oferecida por sobreiros e pinheiros, seja na orla costeira seja nas empenas da serra. E um sem-número de trilhos e trajetos, dos quais se destacam a Vereda de Melides ou a Rota BioMelides. Mais a sul, existe também a Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha. Há muito para andar!

— DORMIR

Monte à Espera Fontainhas de Cima

Vale da Horta

> T. 269 096 720 > a partir de €125

Cabanas de Melides Monte da Chã > T. 91 680 7597

> a partir de €240

— COMER

Xtian Hotel Vermelho

R. Dr. Evaristo Sousa Gago 2, Melides > T. 91 528 0511

O Fadista

R. Nova, 13, Melides >

T. 269 907 411

— EXPLORAR

Passeios a cavalo

Na praia, pelas dunas; na serra, por trilhos pouco explorados

T. 91 047 7358 > €70 (1h45) > passeiosac­avalomelid­es.com Trilhos na serra e na Lagoa de Melides Informaçõe­s em visitgrand­ola.com

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Mas o que não falta, em quase 60 quilómetro­s de areal contínuo, é sítio para estender a toalha
MARCOS BORGA Sem m A Praia da Aberta Nova é a mais procurada da zona de Melides. Mas o que não falta, em quase 60 quilómetro­s de areal contínuo, é sítio para estender a toalha

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