Uma senhora sem idade
Há cidades que conhecem a data da sua fundação. Outras cuja primeira referência escrita remonta a um século relativamente próximo de nós. Outras ainda que são novas, planeadas de raiz, concebidas para serem capitais. Nenhum destes é o caso de Lisboa – ou, se preferirmos, Lisboa tem um pouco disto tudo. A sua origem perde-se na noite dos tempos. Uma lenda persistente atribuía a sua fundação a Ulisses, o mítico herói errante de Homero. Versões mais sérias apontavam para uma origem fenícia, tendo neste caso sido esse povo de navegadores orientais que lhe deu o nome de Alis Ubo (Enseada Amena), de onde derivaria, ao cabo de muitas evoluções fonéticas, o patronímico Lisboa. Um grande terramoto levou à sua quase total reconstrução. A sua história é tão rica que poderíamos dedicar-lhe muitos números da VISÃO História. Como fazemos habitualmente no início da preparação de cada edição, contactámos especialistas no tema que vamos abordar – e seria impensável fazer um número sobre Lisboa sem contar com o Museu de Lisboa. De imediato e entusiasticamente, a sua equipa – nomeadamente a diretora, Joana Sousa Monteiro, e o investigador principal, Paulo Almeida Fernandes – acedeu ao nosso desafio. O Museu propôs, como fio condutor do número, a escolha de datas marcantes para o desenvolvimento de Lisboa, momentos determinantes na sua evolução, e é assim que está organizada a revista que o leitor tem agora nas mãos. À equipa do Museu de Lisboa, e a todos os especialistas e investigadores que escrevem neste número, os nossos sinceros agradecimentos.