Fábricas e operários
Assinaladas a vermelho, as áreas ou edifícios industriais alcançam grande destaque nesta planta de Lisboa dos anos 30 do séc. XX. As unidades fabris com maior escala e importância, desenvolvidas durante o séc. XIX, eram as fábricas da Companhia Industrial Portugal e Colónias (1834) a Nacional (ainda em funcionamento), da Vulcano e Colares (1843), da Companhia das Fábricas de Cerâmica Lusitana (18901982), da Companhia do Gás (1847c.1942) ou da CUF (1898). Os tipos de produção mais representados estão relacionados com os setores como o alimentar, cerâmico, têxtil, metalúrgico, químico, dos tabacos ou de bebidas.
Por um lado, esta planta sintetiza a observação realizada sobre a atividade industrial desenvolvida por cerca de um século, assim como sobre os núcleos de habitação operária, ou seja, do período associado às energias a vapor ou a gás pobre. Por outro lado, informa sobre o pensamento para o desenvolvimento do primeiro Plano de Urbanização Geral de Lisboa, de Étienne de Gröer, datado de 1948, no que diz respeito à organização das indústrias na capital e habitação para os seus trabalhadores. A preocupação com as questões de salubridade, de higiene e de saúde, entre outras, contribuiu para a definição de áreas na cidade exclusivamente dedicadas à implantação das unidades fabris, nomeadamente ao longo dos novos eixos de circulação como as avenidas Infante D. Henrique e Marechal Gomes da Costa, que beneficiavam da proximidade do rio, do caminho-de-ferro, do aeroporto, da futura autoestrada do Norte e da saída para os concelhos vizinhos de Loures e de Vila Franca de Xira, também amplamente industrializados, através da EN 10. A oriente desenhou-se uma cidade que se impunha industrial. Agora, com fábricas limpas e claras, dependentes da energia elétrica para o seu funcionamento. Fábricas instaladas em edifícios de moderna arquitetura industrial, desenhados por arquitetos como Nuno Teotónio Pereira, Lucínio Cruz, Carlos Ramos ou Cottinelli Telmo.