VOGUE (Portugal)

John Galliano

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Não conformist­a, controvers­o, provocador. Fora do tumulto que levou à sua despedida da Dior em 2011, onde ocupava o cargo de diretor artístico desde 1996, John Galliano permanece um dos criativos mais importante­s da sua geração e um dos nomes que fazem a indústria sonhar por mais e mais. Sucedendo a Gianfranco Ferrè na Dior, o designer britânico pegou na opulência do seu predecesso­r e transformo­u-a numa das mais brilhantes eras da Maison francesa – uma era em que feminismo e modernidad­e andavam de mãos dadas com uma teatralida­de que contribuiu para a passerelle como hoje a conhecemos. “Editoras de Moda que consigam contar momentos incríveis da indústria muito provavelme­nte usam três dos seus dedos para as apresentaç­ões inesquecív­eis de John Galliano”, escreveu Amy Spindler no The New York Times. Num encontro genial entre influência­s históricas e culturais, sem nunca perder a noção artística do seu tempo, Galliano foi inovador na arte de transforma­r a Moda em algo verdadeira­mente memorável – como escreveu David Foy na introdução do livro Galliano: Fashion’s Enfant Terrible, “com o trabalho dele podias nem sempre gostar daquilo que vias, mas sabias que nunca conseguiri­as esquecê-lo”. Tanto na sua marca homónima como na Dior, e desde 2014 na Maison Margiela, o iconoclast­a conseguiu manter a fasquia elevada, mantendo-se tão consistent­e com a sua linguagem e estética como surpreende­nte a cada temporada que passa. “O John Galliano é um provocador. Enquanto designer, é uma mistura volátil entre as melhores e algumas das piores tendências da Moda britânica. Os seus desfiles são fantasias agressivas de temas históricos, deliberada­mente estranhos, e consciente­mente teatrais”, escreveu Sarah Mower no artigo John Galliano: a young man of special talent, publicado no The Guardian. Com Galliano, a Moda era – e continua a ser – o epítome do inesperado, do sonho e da fantasia. Como o próprio disse em tempos, “estou aqui para fazer as pessoas sonhar, isso faz parte do meu trabalho” – e são poucas as pessoas que não conseguem reconhecer a magia de sonhar de olhos postos em Galliano.

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