VOGUE (Portugal)

Put a patch on it.

1, 2, 3, 4... e de repente o rosto está cheio de borbulhas. Há muito que apregoamos que, mais do que gastar todo o corretor do mundo para as cobrir, o importante é tratar. Mas, e se pudéssemos fazer as duas coisas?

- Por Joana Moreira. Fotografia de Alexandra Leroy. Maquilhage­m de Aurelia Liansberga­ite.

Temos borbulhas. E autocolant­es. Fotografia de Alexandra Leroy. Maquilhage­m de Aurelia Liansberga­ite.

Osol até pode estar a brilhar e podemos ter acordado com o melhor cabelo de sempre. Mas se uma borbulha surge a dar aquele oi básico, sabemos que o humor para o resto do dia (semana?) está definido.

Recentemen­te, temos assistido ao surgimento online de um movimento que promete reconcilia­r-nos com a nossa pele. Chama-se acne positivity e já levou figuras públicas, influencer­s e perfeitos desconheci­dos a falar sobre as suas histórias com acne, partilhar as suas jornadas de aceitação e divulgar imagens do seu rosto com borbulhas ao lado de frases inspirador­as ou hashtags como #acneapprec­iation. Simplifica­ndo, da mesma forma que o movimento body positive nos encoraja a aceitarmos as nossas estrias ou celulite, o movimento de acne positivity quer ajudar-nos a retirar todo o estigma e vergonha associado à acne. E quando até Justin Bieber (sim, o mesmo que já foi embaixador de uma marca de produtos anti acne) mostra a sua testa cheia de borbulhas nas stories do seu Instagram com a legenda “Pimples are in” (“As borbulhas estão na Moda”, em português), sabemos que estamos perante um fenómeno.

Porém, o processo de aceitação não tem de ser incompatív­el com o desejo de um melhoramen­to do estado geral da nossa pele. Por outras palavras, podemos amar a nossa pele e, ainda assim, desejar que aquela borbulha “chata” se vá embora. Para isso há, claro, uma série de produtos que ajudam a minimizar o cenário. Mas estes de que falamos dentro de poucas linhas não são necessaria­mente para aplicar só à noite nem nos obrigam a ter mil cuidados para não retirarmos acidentalm­ente a pomada muitas vezes viscosa do sítio. Estes limitam-se a ficar imóveis no rosto. Mais visíveis ou menos. Falamos (*drum roll*) dos adesivos anti-acne.

São autocolant­es, geralmente redondos e de pequena dimensão, para colocar em cima das borbulhas, idealmente durante oito horas. O seu poder reside no facto de estarem embebidos em determinad­as substância­s que ajudam a secar a gordura. “Normalment­e, são pequeninos patches, de plástico, que são aderentes à pele e que têm

na sua composição ácido salicílico, que ajuda a secar a borbulha, e outros produtos, normalment­e, como a camomila, ou o chá verde, ou outras coisas, que ajudam a desinflama­r a borbulha”, explica a dermatolog­ista Manuela Cochito.

Para saber distinguir os mais eficazes, convém olhar atentament­e para a lista de ingredient­es (se o fazemos com a comida, por que não com a cosmética?). “O ácido salicílico ou outro ácido de frutos é normalment­e o que deve estar na composição”, ensina a dermatolog­ista. A mecânica não podia ser mais simples: “o ácido salicílico seca, os outros desinflama­m e com isso consegue-se que a borbulha saia um bocadinho mais depressa. Depois, o facto de ser um plástico e de estar ali fechado, faz a chamada oclusão, ou seja, permite que os princípios ativos que estão embebidos no patch penetrem com mais profundida­de na pele”, resume.

Se são adesivos milagrosos? Não exatamente – mas quem acredita em beauty miracles? “O resultado é relativo, não é uma coisa muito estrondosa”, confirma Cochito, acrescenta­ndo, porém, que a sua eficácia depende também da colocação. “Quanto mais precoce, melhor”, diz, alertando que deve ser evitada a aplicação quando a borbulha está em ferida.

E se a ideia de colocar um autocolant­e no rosto pode ser inicialmen­te questionáv­el, bem... digamos que o passado ligou e avisa que been there done that. Os hoje designados patches não são, afinal, uma novidade. “É uma coisa antiga”, conta à Vogue a dermatolog­ista. “[As marcas] agora lembraram-se e reavivaram isso. São estudos de mercado. Mas há muito tempo que havia marcas que tinham estes pequenos patches que se punham numa borbulha”, lembra.

A diferença hoje é no aspeto visual. Se por um lado a grande maioria destes produtos ainda é de cor branca ou transparen­te, já existem algumas lojas que os comerciali­zam com desenhos coloridos (como a Sephora), ou formatos distintos (como a misteriosa Starface, cuja biografia no Instagram é “patches de borbulhas não aborrecido­s”, já que se trata de adesivos em forma de estrela.) Porque até podemos querer esconder as borbulhas. Mas admitimos (e aceitamos) que elas estão lá. ●

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 ??  ?? Da esquerda para a direita: Adesivos Acne Pimple Master Patch,
€ 5,45, Cosrx, em Lookfantas­tic.pt. Adesivos anti-imperfeiçõ­es, € 3, Sephora Collection. Kit de tratamento de acne Breakout Box, € 20,27, Patchology, em Cultbeauty.co.uk. Adesivos anti-acne, € 7,99, Gaulíe.
Da esquerda para a direita: Adesivos Acne Pimple Master Patch, € 5,45, Cosrx, em Lookfantas­tic.pt. Adesivos anti-imperfeiçõ­es, € 3, Sephora Collection. Kit de tratamento de acne Breakout Box, € 20,27, Patchology, em Cultbeauty.co.uk. Adesivos anti-acne, € 7,99, Gaulíe.
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