Croco-dela.
É a primeira mulher na direção criativa da Lacoste, nos seus 86 anos de história. Mas não é pelos cromossomas que Louise Trotter deve ser falada ou aplaudida.
"Gosto de pensar que fui selecionada pelo meu talento e não pelo meu género.”, desmistifica a nova diretora criativa da marca do crocodilo, quando nos sentamos para conversar naquele showroom improvisado, em Paris, para mostrar a coleção de outono/inverno 2019 a quem na indústria a quisesse conhecer de perto. As cores fortes da coleção a trazer vida ao armazém pintado a branco de alto a baixo. “Enquanto crescia, os meus pais, que não faziam muito essa distinção do que é para rapaz e do que é para rapariga, sempre me ensinaram que podia ser o que eu quisesse na vida. O lema era: se trabalhares muito, chegas lá. Nunca pensei no que é ser mulher num cargo desses mas, por outro lado, tenho duas meninas e espero estar a passar-lhes o mesmo que os meus pais me passaram, que podes trabalhar e chegar onde quiseres.” A voz, rouca e sumida, de Louise denuncia a noite anterior que se quis longa e de festejos - afinal, tinha acabado de apresentar a sua primeira coleção para a Lacoste, no Tennis Club de Paris, e não poderia ter havido ovação maior -, mas a privação de sono e a madrugada celebratória em nada afetou a simpatia da britânica de 50 anos que tem no CV quase uma década na Joseph e uma série de outros tantos anos distribuídos pela Calvin Klein, Tommy Hilfiger, Gap e Whistles. Aliás, a celebração começou assim que o agradecimento na passerelle se concluiu: a entrada no backstage pós-apresentação ficou marcada por um salto de alegria sonorizado por um “Yes” em alto e bom som.
“Acho que foi uma sensação de alívio, houve alguns momentos stressantes nos bastidores. Havia coisas que me estavam realmente a preocupar. E ultrapassámo-las enquanto equipa. E acho que foi essa sensação… do ‘conseguimos’. Foi a minha primeira coleção e trabalhámos imenso nela. Foi um sentimento de total felicidade, de termos conseguido, de termos chegado aqui.”, justifica-se. Aqui. Ou seja, aqui a esta coleção que honra René Lacoste, mas que também o atualiza. Aqui, a uma coleção que pega nos clássicos da marca de sportswear e os coloca no nosso guarda-roupa do dia-a-dia sem hesitação. Sempre achou que crocodilos só em pólos? Não tem estado atenta aos últimos tempos da Lacoste - mas seguramente não vai tirar os olhos da era Trotter. Louise explica porquê: “Acredito fervorosamente que, quando chegas a uma casa, tens de saber que estás a trabalhar para uma marca que existiu antes de ti e continuará
a existir depois de ti, por isso, tens de saber respeitar os valores da mesma, seres fiel a esses princípios e à história, mas não acho que possas alguma vez fazer parte de um projeto e não te dares a esse projeto. Eu estou grata por ter sido uma das selecionadas para este papel e quero acreditar que fui escolhida pelo que sou e pela visão que quero trazer à marca. E acho que isso é importante.”, começa por esclarecer.
“Quando trabalho e desenho, eu penso em como as pessoas usam as roupas e em como vivem as suas vidas, porque, primeiro que tudo, eu quero criar peças que as pessoas queiram usar.
Não quero criar roupa que as pessoas guardam no armário e nunca mais vestem ou que seja redundante, eu desprezo o desperdício. E acho que me inspiro nas pessoas que tenho à minha volta, como vivem o seu quotidiano e o que é que exigem das suas roupas. No caso da Lacoste, claro que é uma marca desportiva, mas também é uma marca de Moda. Estamos no court, mas também estamos nas ruas. E o que eu quero é atribuir o mesmo nível de performance, no qual trabalhei também para, por exemplo, o Novak, às roupas do dia-a-dia, porque nós precisamos que o nosso vestuário se comporte [à altura do nosso quotidiano]. E acho que as roupas bem feitas devem de facto empoderar quem as veste, assim como, espero, também damos poder ao
Novak e ao seu jogo quando o vestimos a ele.”
É assim, de olhos postos nas exigências do presente, que a nova diretora criativa da Lacoste coloca a marca no caminho para o futuro mas sem nunca renegar o passado. Inspirando-se no fundador, quando se olha para a sucessão de looks desta nova estação da Casa, a primeira impressão é a de uma abordagem atual e cool ao nome, mas que respira René nos detalhes. A homenagem é subtil, mas impactante: ela está nos crocodilos em relevo e estampados, está no casaco atualizado que outrora o tenista criou, está na elegância de um sportswear que se quer não (só) para a terra batida, mas para a calçada, o escritório e o lazer. “Quando chego a uma nova casa, tenho um processo que é sempre o mesmo: olhar para o fundador, tento entender a pessoa por detrás da marca, o que representava e o que defendia e o que tentou criar para a marca.”, confirma a britânica. “E acho que isso é muito importante para compreender e poder avançar. Com esta coleção em particular, o ponto de partida foi mesmo o René Lacoste, porque há muitas coisas que me fascinam nele enquanto homem, mas a maior é que ele era obviamente um campeão de ténis, mas não era só sobre ganhar - ainda que quisesse mesmo ganhar, e ganhava. Era sobretudo sobre ganhar com elegância. E há uma citação dele nesse sentido: ganhar por ganhar não era o que o fazia valer a pena, era mesmo o ganhar com elegância. E ele tinha os mesmos valores na vida pessoal que tinha no desporto: era mesmo um homem que acreditava no fair-play, na comunidade, na alegria, na tenacidade e eram esses os valores que levava para o jogo, mas também que trazia consigo na vida. E isso é algo que eu própria também acredito e por isso foi o que me tocou mais; acho que é algo que se manifesta na roupa, mas que também vai além das roupas, é a forma como nos comportamos, como trabalhamos, como trabalhamos enquanto equipa. E depois, acho que o René era um homem muito elegante e a Lacoste também representa a elegância francesa, e quis mesmo que esta coleção se focasse na elegância francesa do passado, porque ele jogou ténis numa altura muito diferente, em que se usava guarda-roupa do quotidiano, como calças de alfaiataria e camisas e era visto muitas vezes com o seu blazer e o sobretudo assertoado. Queria fazer referência a este ponto, mas ao mesmo tempo criar um híbrido com aquilo que conhecemos hoje em dia como sportswear. Nesse sentido, houve vários fatores que entraram aqui, desde o modo como nos vestimos hoje, em termos desportivos, mas também como nos vestimos no dia-a-dia.”
uisemos saber como este mergulho nos arquivos a ajudou a criar uma coleção pensada para o séc. XXI. Como é que a Lacoste de 86 anos parece mais 2019 que nunca. E um dos veículos foi a paleta de cores: “quando fui ao arquivo, olhei para a raquete de ténis do René, que era originalmente em madeira, e a parte do camel veio um pouco daí. O branco vem dos ténis que ele desenhou. Ao mesmo tempo, fui buscar os cinzas, porque o que temos no arquivo está um pouco apagado, por causa dos anos, e tem aquela tonalidade. As restantes cores… bem, queria ter muitas cores vibrantes, porque a marca é muito otimista e eu queria ter cores otimistas. O verde Lacoste, claro, eu acho que a Lacoste é dona do verde, por isso, o verde foi muito importante. E depois comecei a trabalhar a base dessas cores. Queria tons muito dinâmicos, como vermelhos e azuis intensos. E o resto foi tudo muito orgânico.” O mesmo processo natural ocorreu com as texturas, um dos ex-líbris da coleção e que traz o toque premium a uma estreia que tem tanto de sofisticada como de descontraída: “Uma das texturas que usei, que parece pele, é na verdade o material que se usa para impermeabilizar as costuras… e, no interior das peças, usei-o como forro técnico, porque vem do sportswear. Também usei elementos originais, como a etiqueta original, chemise Lacoste, que adoro, por isso, voltei a colocar isso na coleção, mas usei no forro, do lado de dentro, sabes? Como uma espécie de piscadela de olho à marca original. Mas contrastei os materiais técnicos com outros muito nobres, porque a marca tem nobreza. Alguns dos fatos, por exemplo, são em lãs técnicas japonesas, forradas a poliéster, o que lhes dá uma durabilidade e uma semi-impermeabilidade. E não se amarrotam, por isso, podes usá-los o dia todo e parecer sempre bem.”, explica, acrescentando que aplicou a mesma filosofia de atualização e pensar fora da caixa aos acessórios: “os ténis são a primeira silhueta de sapatilhas que o René fez e ele, na verdade, pegou num algodão espinhado e fez a
parte de cima do ténis com isso, como é o algodão mais resistente; eu pu-lo no interior do casaco assertoado. Ele foi o primeiro a desenhar o sapato de ténis e foi a uma fábrica de pneus para colocar a borracha na sola. Por isso, eu tenho a versão mais pura disso e trabalhei por cima dela. E vou continuar a trabalhar para as próximas coleções. E depois tenho o sapato de golfe - a mulher de René era golfista - e é a única referência ao golfe que tenho na coleção. Acho que acontecerá mais no futuro. Para fazê-lo, pensei como seria um sapato de golfe hoje em dia e alonguei-o, porque os sapatos de René eram assim. E pus um fecho éclair, pela performance. Mais o piqué. Com as malas, queria ter uma abordagem divertida. Além da clutch crocodilo, quis trabalhar no saco de ginásio, por isso usei neoprene e napa e juntei os materiais de forma termocolada, como se faz com os fatos de surf, para lhe dar um aspeto mais premium.” O processo de criação é difícil de descrever, assume, porque “foi instintivo. Construí a coleção não necessariamente a pensar em géneros… muitas das peças criei a partir dos códigos de menswear e depois adaptei-as para mulher e vice-versa. Por isso, as silhuetas aconteceram organicamente. Quando trabalho na coleção, eu já estou a fazer o styling dos coordenados na minha mente e como jogam as peças todas juntas e umas com as outras, mesmo quando estou na fase de testes, estou a juntar tudo e o modo como a vejo, porque quero entender como será usada. Isso é algo que me é natural. Mas acho que comecei a pensar: ‘ok, que peças é que quero mesmo ter?’ Sabia que queria fazer o sobretudo do René, uma versão atualizada do seu blazer para os dias de hoje. Queria fazer peças chave e perguntei-me depois como seriam esses ícones nos tempos que correm. Como é que seriam usadas hoje? Ou como é que eu gostaria que fossem? E depois comecei a construir gradualmente as camadas e a criar sobreposições atrás de sobreposições atrás de sobreposições. Por isso, acho que as silhuetas mais divertidas surgiram através da experimentação. Todo este processo de pegar no tecido e ir criando drapeados e experimentar. Muitas das peças com painéis sairam daqui. Porque começaram como um teste e depois comecei a adicionar-lhes camadas e a observar como resultava cada prega e a pensar: ‘ah, isto parece interessante’. Uma das mensagens mais fortes da Lacoste, para mim, é que é de facto uma marca de contrastes, é uma expressão que já uso há muito tempo e foi uma das coisas que me atraiu na marca: é óbvio que é uma marca com história, com legado, mas é também uma marca inovadora.”
E, nesses contrastes, há um elemento constante: o inconfundível crocodilo, que ganha lugar de destaque um pouco por todas as peças. Desconstruído em cores, desalojado do peito pontualmente para marcar posição em locais diferentes ao longo da peça, descobri-lo em cada item de roupa é, provavelmente, tão divertido quanto foi criá-lo: “o René colocou um crocodilo no seu pólo, sabes? Ele foi o primeiro a criar um logotipo. E esse logo tornou-se icónico, acho que é maior que a Lacoste, agora, é tipo a Coca-Cola. Vejo-o quase como um ícone pop, a referência cultural dele é enorme, por isso, olhei para ele de algumas maneiras. Primeiro, não sei se sabes, mas o primeiro crocodilo era bordado à mão, por isso, tentei pegar nisso - porque, mesmo que referencie o passado e que venha da herança, tudo é re-trabalhado, eu acho que não seria fiel ao fundador, sendo um inovador, um criador, um inventor, se reproduzisse simplesmente o trabalho dele, estaria a ser-lhe infiel e aos seus valores. O crocodilo bordado à mão foi para trazer uma qualidade artesanal de volta ao logo e para que o foco se mantivesse nele. Por outro lado, em outras alturas, fi-lo tom sobre tom - algumas no bordado tradicional, outras em silicone, mais uma vez, como é tradicional no desporto. Construí todas as peças sem o crocodilo (quer dizer, exceto no que diz respeito ao estampado, que tem a família de crocodilos Lacoste ao longo dos anos) e só depois apliquei o emblema, porque queria fazer as roupas serem o melhor possível e usar o crocodilo como a última adição à peça, o ponto final. Diverti-me com isso, sabes, porque toda a gente o reconhece ao peito, mas eu pu-lo nas mangas, que é onde costuma estar a etiqueta da alfaiataria. Acho que, para mim, é o elemento com o qual se pode brincar mais. E eu não quero usá-lo de forma inócua, queria que fizesse parte da mensagem. Óbvio que há regras que temos de respeitar, mas acho que gostava de brincar mais com ele, porque é um ícone tão incrível que acho que há espaço para isso.”, remata, partilhando ainda uma história sobre o significado deste animal para a marca, quando lhe perguntamos sobre a família de crocodilos que domina um dos padrões: “Sim, são os três que existiram ao longo da marca e eu quis juntá-los todos. Há detalhes na coleção em que o crocodilo dominou - por exemplo, a clutch crocodilo… é divertida. Eu estava a trabalhar, na época do Natal, e o meu filho perguntou-me o que é que eu fazia no trabalho, e a minha filha, que está prestes a fazer 5, disse: “Ela faz crocodilos, é claro!”. Por isso, quando fiz esta clutch, fiz 3 ou 4 de diferentes tamanhos e levei-os para casa. Pensei: ‘Ok, se eles gostarem, as outras pessoas também gostarão’. E podes até retirar os pés e ficar com a clutch mais minimal.”
ouise Trotter chega à Lacoste sucedendo a oito anos de Felipe Oliveira Baptista no leme criativo e é impossível não tocar no trabalho do português para a casa: “eu seguia a marca, já. E também acompanhava o que o Felipe fazia, e respeitava-o muito.” E acrescenta que “o Save our Species é algo que vamos continuar a trabalhar continuamente, mas há também outras coisas que começaram a ser feitas enquanto o Felipe estava cá, ligadas à sustentabilidade, e que vamos dar continuidade. Acho que o Felipe fez um trabalho fantástico, mas eu sou a Louise, e entrei como Louise e vou fazer o trabalho enquanto Louise.”
Não é só no design que Trotter se concentra. Interessa-lhe que o produto final chegue às pessoas, que se desmistifique a ideia de que o espólio Lacoste vai pouco além dos pólos: “é muito importante para mim que esta coleção seja vendida. E que as pessoas a usem. Porque acho que se não o fizerem, então não é autêntica. E não é Lacoste. E eu quero trabalhar nisso com a minha equipa. Certificar-me que chega às ruas e que é vendida. Há parte da coleção que vai para cerca de 100 lojas e depois há uma parte premium que chegará a cerca de 10 lojas
selecionadas. Acho que o pólo é icónico e não há volta a dar, claro. O que espero é poder comunicar o lifestyle da marca. Como te disse, movemo-nos nos desportos profissionais, mas a maioria é para as pessoas que nos usam todos os dias e quero focar-me nisso e assegurar-me que as pessoas comecem a comprar-nos cada vez mais as outras silhuetas, como calças. Por isso, quero criar uma silhueta feminina e uma masculina para que as pessoas olhem para a marca além de uma única peça.” Mas se falarmos de peças, quais são as que considera os staples e favoritos desta coleção? “As calças de fato de treino, para mim, são um básico porque fazem parte do ADN e consegues usá-las de todas as formas - desportiva, casual e dress up. E reinventei-as nesta coleção, sim, de uma forma mais quotidiana, mais street style, com a lã japonesa e poliéster. Mas há mais: adoro o casaco acolchoado, o casaco do René assertoado, adoro. Na verdade, pedi a um alfaiate, um alfaiate militar que conheço, que o cortasse, porque queria que tivesse movimento, e os alfaiates militares são ótimos a fazê-lo. Mas, sim, as calças de fato de treino, porque são controversas. E acho que vão ser um best-seller, porque são tão fáceis e confortáveis que as podes usar todos os dias. E têm um à-vontade e uma confiança… e eu adoro coisas assim, porque quando não te sentes confortável nas roupas, isso afeta a tua confiança e isso não é empoderamento.” Esta capacidade de avaliação de mercado sem trair o cunho de uma moda de autor foi aperfeiçoada com um background em marcas de topo que lhe deram arcaboiço tanto no esboço como na parte comercial: “Quando trabalhei na Whistles, nos anos 90, a marca ainda não era high street. Foi uma experiência muito rica, para mim, porque foi onde desenvolvi o meu estilo e o meu gosto e, durante esse tempo, era uma multimarca, como a Joseph, e eu depois ajudei a construir a marca própria, que é como é conhecida hoje. Acho que o elemento comum em todas as marcas que trabalhei é que sempre houve uma marca e sempre houve um fundador, sabes?”, explica sobre a evolução do seu trabalho que culmina agora na Lacoste. “Por exemplo, quando trabalhei na Calvin Klein, o Calvin ainda lá estava, eu reportava diretamente a ele e foi por isso que fui, foi para trabalhar com ele. O mesmo com Tommy Hilfiger. Acho que essa é a minha ligação. Eu gosto de trabalhar para marcas que têm uma razão para existirem. A GAP, por exemplo, foi a mais comercial para a qual já trabalhei e mesmo essa tem uma história maravilhosa com o Don e a Doris Fisher, que ainda lá estavam quando passei por lá. Acho que em todas as experiências absorves algo que levas contigo para a próxima experiência. E estás constantemente a aprender. Eu estou constantemente a aprender, ainda. E o dia em que achar que parei de aprender é o dia em que, provavelmente, pararei. Tudo para mim é sobre evoluir e melhorar, e cada passo e coisa que fiz foi nesse sentido. Eu fiquei na Joseph dez anos porque houve tantos passos e tantos desenvolvimentos que senti que estava sempre a progredir e a conquistar. Eu sou uma pessoa que nunca está satisfeita, nunca. Assim que o desfile acabou, eu virei-me para a equipa e disse: ‘mal posso esperar para fazer o próximo.’ E mesmo quando estávamos a preparar este, nos tempos em que jantávamos, ou assim, eu já estava ‘no próximo podemos fazer isto e aquilo’ e eles olhavam para mim incrédulos. Tipo, vamos só fazer este primeiro. Mas a sério, assim que acabou o desfile, ontem à noite, só pensava que mal podia esperar para começar o próximo. Porque é mesmo uma viagem para mim. E é sobre querer expressar e querer explorar e… para mim, é o querer continuar a progredir.”
“Quando se escreverem artigos sobre si, o que gostaria que dissessem?”, pergunto. “Coisas boas”. Se esta coleção servir de indicador para o seu percurso na casa, parece-nos garantido. ●
“QUANDO TRABALHO E DESENHO, EU PENSO EM COMO AS PESSOAS USAM AS ROUPAS E EM COMO VIVEM AS SUAS VIDAS, PORQUE, PRIMEIRO QUE TUDO, EU QUERO CRIAR PEÇAS QUE AS PESSOAS QUEIRAM USAR. NÃO QUERO CRIAR ROUPA QUE AS PESSOAS GUARDAM NO ARMÁRIO E NUNCA MAIS VESTEM OU QUE SEJA REDUNDANTE, EU DESPREZO O DESPERDÍCIO.”