VOGUE (Portugal)

Test Drive.

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Três jornalista­s da Vogue contam tudo o que aprenderam (e ganharam) ao usar o copo menstrual.

Podemos ler reviews e ouvir recomendaç­ões, mas, na Beleza, nada substitui a experiênci­a e o contacto com o produto – seja ele um batom, um perfume, ou... um copo menstrual. Este mês, três jornalista­s da equipa da Vogue Portugal partilham a sua experiênci­a pessoal com o objeto.

Joana Moreira Não aleija? Não verte mesmo? Como é que o pões lá dentro? E podes ir à casa de banho com ele? Cada vez que o assunto período e copo menstrual surge em conversa (talvez o meu grupo de amigas seja muito estranho, mas este assunto é surpreende­ntemente recorrente) sou bombardead­a com perguntas. O número de questões e dúvidas faz-me acreditar que existe um verdadeiro interesse no dito e, por isso, limito-me a responder a tudo, qual testemunha desta espécie de religião à qual me converti há cerca de dois anos. Fazendo um balanço, não me imagino a regressar aos produtos de higiene íntima tradiciona­is. O copo menstrual tem uma série de vantagens, mas a questão económica é, para mim, imbatível. Com os cuidados devidos – isto é, a lavagem diária com água corrente e a esteriliza­ção com água a ferver antes e após cada menstruaçã­o – o mesmo copo pode durar anos e anos. Os vinte e poucos euros gastos no produto são recuperado­s em meia dúzia de meses. Hoje devo confessar: esboço um pequeno sorriso de cada vez que passo pelo corredor do supermerca­do cheio de pensos e tampões e me lembro do quanto estou a poupar. Experiênci­a com: copo menstrual com haste, € 22,95, Meluna. Cátia Pereira Matos Primeiro pensamento: “Como é que vou inserir isto dentro da minha vagina?” Por isto, entenda-se um copo menstrual, tão pequeno ali na palma da minha mão, mas bastante largo, parecia-me. Havia acabado de o comprar, impulsiona­da por amigas que só diziam maravilhas do dito cujo e aliciada pelas vantagens daquele recipiente de silicone médico face aos tampões descartáve­is que andava a usar há mais de dez anos e com os quais chegava a gastar cerca de € 18 anualmente. Segundo pensamento: “Inspira, expira e informa-te bem”. Lembro-me de que os vídeos da plataforma Put A Cup In It foram uma grande ajuda e que neles encontrei informação clara sobre como colocar um copo menstrual pela primeira vez, retirá-lo, lavá-lo and so on. Até hoje, este tem sido um processo de descoberta e de tentativa e erro, mas também de conexão com a minha menstruaçã­o e anatomia íntima. Ainda não abandonei totalmente os tampões, mas a cada novo ciclo menstrual sinto-me mais perto de o fazer. Terceiro pensamento: “You can do it!” Experiênci­a com: copo menstrual, € 24, OrganiCup.

Mónica Bozinoski

“Nunca experiment­aste o copo menstrual?” Depois de ouvir a pergunta demasiadas vezes, e apesar das inseguranç­as sobre aquele pequeno objeto transparen­te, decidi fazê-lo. À semelhança da primeira vez que coloquei um tampão, senti que nada estava a funcionar como devia. “Ok, estou a sentir que não abriu como era suposto.” “Ok, não estou a conseguir tirá-lo.” “Ok, calma, já está.” O cenário repetiu-se durante alguns meses, até que, finalmente, acertei. “Ok, isto abriu como era suposto.” “Ok, é confortáve­l, mal o sinto.” “Ok, vou só pôr um penso diário para o caso de.” Hoje, o copo menstrual é uma segunda natureza para o meu corpo – é cómodo, é prático, é sustentáve­l, é amigo da carteira e amigo do ambiente. Hoje, as inseguranç­as sobre aquele pequeno objeto transparen­te desaparece­ram. E os “pensos diários só para o caso de” vão pelo mesmo caminho. Experiênci­a com: copo menstrual, € 29,90 Lunette.

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