Dinner Party, Judy Chicago, 1979
Na página ao lado: No menu desta noite: vulvas. É o que parece ter pensado a norte-americana Judy Chicago quando imaginou este Dinner Party (1979). O seu banquete disposto em triângulo, a comemorar a contribuição feminina, desde Sappho a Virginia Woolf e Georgia O’Keefe, para a história cultural mundial, tinha 39 lugares (para uma lista de 39 mulheres emblemáticas), dispostos com pratos pintados à mão onde se viam vulvas em flor. Alguns aplaudiram a audácia - a crítica feminista Lucy Lippard relatou a sua experiência como sendo fortemente emocional, sublinhando o quão foi ficando cada vez mais viciada nos seus detalhes e mensagens subliminares; outros acusaram a sua vulgaridade - como a artista britânica Cornelia Parker, que disse ao
The Guardian que a instalação era mais sobre elevar o ego de Chicago do que comemorar as mulheres homenageadas. “Estamos todas reduzidas a vaginas, o que é meio deprimente”, rematou. O crítico de arte Hilton Kramer corroborou, comparando-a a uma campanha publicitária, de tão tacanha. A artista Maria Manhattan chegou inclusivamente a satirizar a instalação com o seu The Box Lunch (1980), numa galeria de arte do Soho, descrevendo-o como um “grande evento de arte homenageando 39 mulheres de distinção dúbia.” Apesar disso, a peça continua exposta no Brooklyn Museum e é tida como um marco na arte feminista.