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Fotografia de Ricardo Santos. Styling de Larissa Marinho.
O primeiro deus a surgir na mitologia grega, diz Hesíodo no poema Teogonia (Genealogia dos Deuses). Um que não tem forma antropomórfica e que é símbolo do vazio que precede a criação das restantes divindades. É deste Kháos – ou caos? – que surge algo novo; é desta espécie de desordem que nasce a ordem, numa entropia metafórica que coloca a transgressão e o rompimento com o status quo como passo fundamental para a evolução. E é nesta capacidade de criar do nada que se pode falar de antifragilidade, um conceito introduzido pelo autor Nassim Taleb, isto é, a capacidade de beneficiar ou (re)nascer da fragilidade: a inexistência parece frágil, mas é a tela em branco que faz nascer a existência. O vazio parece fraco, mas é a força que faz crescer o tudo – ou o todo. O ponto de saturação parece o fim mas é na verdade o início para que a transgressão aconteça e se rompam as regras, os padrões, as condicionantes e se crie futuro, novidade, inovação. Basta que haja quem dele – do caos, da fragilidade, do vazio, da desordem – faça revolução para criar a evolução.